Por gabriela.mattos

Rio - A Polícia Civil indiciou 14 pessoas por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, na queda da ciclovia Tim Maia, em São Conrado, na Zona Sul. No dia 21 de abril, um trecho da construção caiu e deixou duas pessoas mortas. O inquérito foi concluído nesta sexta-feira.

Entre as pessoas indiciadas estão sete representantes da empresa Geo Rio, como Geraldo Batista Filho e Marcus Bergman; seis do Consórcio Concremat/Concrejato, e o coordenador técnico Luís André Moreira Alves, da subsecretaria Municipal da Defesa Civil, por falta de plano de contigenciamento para a interdição da ciclovia em caso de ressaca.

Ciclovia Tim Maia desabou no dia 21 de abrilAlexandro Auler / Agência O DIA

Durante o inquérito, a polícia ouviu 27 pessoas, entre testemunhas e envolvidos no caso. Nas investigações, há informações de engenheiros, responsáveis pela obra, reconhecendo que o projeto deveria conter um estudo prévio do regime das marés e de que havia a necessidade de um plano de contingência que previsse a instabilidade das marés, como ocorreu no presente caso.

Nos termos de declaração dos autos há relatos de moradores da região informando sobre ondas de grande movimento e energia, inclusive de ressacas de natureza tão violenta que faziam tremer algumas casas. O relatório conclusivo da Coppe/UFRJ, incluído no inquérito, esclarece que as ondas que atingiram a ciclovia no dia do sinistro são raras, mas não inéditas. 

Ainda nesta sexta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública para impedir a reconstrução o trecho da ciclovia Tim Maia. Na ação, órgão pediu para Justiça determina ainda que a prefeitura determine que nenhuma parte do local possa ser utilizada antes de um licenciamento ambiental "corretivo".

Além disso, o MPF pediu que o governo federal e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional intervenham no caso para fazer um estudo de impacto e risco ambiental.

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