Por gabriela.mattos

Rio - A 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar abriu um inquérito, na noite desta segunda-feira, para investigar o sequestro relâmpago sofrido pelo lutador da Nova Zelândia Jason "Jay" Lee. Segundo a PM, os policiais seriam do 15º BPM (Duque de Caxias), mas o caso ainda está sendo apurado. O atleta relatou nas redes sociais que foi vítima de um sequestro, no último sábado, enquanto retornava de uma competição em Resende.

O lutador publicou no seu Twitter que PMs chegaram ao seu apartamento na tarde desta segunda-feira, mas ele se recusou a atendê-los. "Eu não deixei que eles entrassem, liguei para a minha embaixada e estou esperando a Polícia Civil", disse.

Em nota, a polícia informou que os agentes da Corregedoria Interna da foram a residência do lutador e ele não quis prestar queixa ou mais esclarecimentos sobre o fato. Além disso, a PM destacou que o atleta se recusou a identificar os supostos policiais.

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De acordo com Jay, os homens o fizeram rodar por diversos caixas eletrônicos após exigirem cerca de R$ 2 mil de suborno porque ele estava dirigindo sem o passaporte. Em um desabafo com amigos no Facebook, o atleta comentou: "Os policiais podem fazer o que quiserem por aqui".

Jay Lee relatou ter sido sequestrado por homens fardados quando voltava de competição em Resende Reprodução Facebook

"Fui sequestrado no Brasil. Não por uns caras quaisquer, mas por policiais fardados. Fui ameaçado ser preso caso não entrasse no carro deles e os acompanhasse a vários caixas eletrônicos para tirar dinheiro para um suborno", escreveu Jay em sua página no Facebook.

Jay prestou queixa na Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT) neste sábado. De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo apurado. "Não sei ao certo o que é mais deprimente, o fato dessas coisas estarem acontecendo com estrangeiros perto dos Jogos Olímpicos ou o fato de os brasileiros terem de viver em uma sociedade que permita que isso aconteça diariamente", refletiu o atleta.

Segundo Jay, a polícia alegou que ele, por ser estrangeiro, não poderia estar dirigindo um carro alugado sem passaporte. "Eu sei que é mentira. A companhia que alugou para mim não mencionou isso em nenhum momento", afirmou o lutador.

Condutores habilitados em países estrangeiros podem dirigir no Brasil, caso regulares, se seus países forem amparados por uma convenção internacional, o que é o caso da Nova Zelândia. Segundo o Detran, depois de 180 dias no país, o indivíduo deve passar por exames físicos e psicológicos e passar a portar a Carteira Nacional de Habilitação brasileira. Não há menção de passaporte.

Em entrevista ao neozelândes "Stuff", Jay contou que a polícia fez de tudo para não serem vistos e mandou que ele não denunciasse o crime. Ao ser abordado, ele relatou ter sido apalpado na área genital, "o que foi uma surpresa".

O atleta de 27 anos não está com a delegação olímpica, o jiu-jitsu não é um esporte olímpico. Ele mora no Brasil há cerca de um ano para treinar o jiu-jitsu brasileiro, tido como o melhor do mundo. No Twitter, a namorada do lutador, a jornalista Laura McQuillan, afirmou que ele foi abordado por homens da Polícia Militar (PM). Procurada, a PM respondeu que não há registro desta ocorrência. 


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