Por karilayn.areias

Rio - A Polícia Civil anunciou hoje a desarticulação de uma quadrilha internacional de cambismo que vinha trabalhando nas Olimpíadas, com a prisão em flagrante do irlandês Kevin James Mallon, diretor-financeiro da empresa THG. O empresário foi detido na sexta-feira, dia da cerimônia de abertura dos Jogos, num hotel da Barra da Tijuca, durante um coquetel oferecido aos clientes que compraram ingressos por cerca de US$ 8 mil (R$ 25 mil) quando o valor oficial era de até R$ 1.400.

"Eles caíram no golpe dessa empresa. O evento oferecido foi um grande coquetel no Copacabana Palace, com direito a ingresso e traslado para o Maracanã, mas ganharam apenas uns salgadinhos em um hotel na Barra. E ficaram sem ver a abertura, pois chegamos na hora e efetuamos a prisão do empresário em flagrante", contou o delegado Aloysio Falcão.

A THG é controlada pelo grupo inglês Marcus Evans, cujo CEO (Diretor Executivo) James Sinton já havia sido preso no Rio, em 2014, durante a Copa do Mundo, mas acabou liberado após o pagamento de fiança e deixou o Brasil.

"A diferença é que, desta vez, o Comitê Rio 2016 tem sido parceiro da polícia, diferentemente do que aconteceu com a Fifa. O Kevin James está preso em Bangu e agora temos muito mais elementos para oferecer à Justiça e fazer que ele fique preso por bem mais tempo", explicou o delegado Ronaldo Oliveira, diretor do Departamento de Polícia Especializada. Mallon foi autuado por associação criminosa, marketing de emboscada e facilitação ao cambismo e pode ser condenado a até sete anos de prisão.

A THG foi uma das empresas credenciadas para a venda oficial de ingressos da Olimpíada de 2012, em Londres, mas não foi autorizada a participar dos Jogos do Rio. Segundo o delegado Ricardo Barbosa, da Delegacia de Defraudações, os lucros com a revenda de ingressos para a competição deste ano seriam da ordem de R$ 10 milhões.

"Eram ingressos muito qualificados, para as cerimônias de abertura e encerramento, para finais de modalidades muito procuradas e em locais privilegiados. Era um esquema bem maior do que o da Copa do Mundo", explicou Barbosam que coordena o NAGE (Núcleo de Apoio aos Grandes Eventos), da Polícia Civil, criado para atuar na tanto no Mundial de 2014 como nos Jogos Olímpicos.



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