Rio - A Polícia Civil aguarda para hoje o laudo do IML de Duque de Caxias com a causa da morte de Caroline de Souza Carneiro, 28 anos. O corpo dela foi encontrado no matagal de acesso à uma comunidade da cidade da Baixada, com corte na barriga. Se comprovada a suspeita de policiais da 21ª DP (Bonsucesso) de que ela foi vítima de um aborto mal sucedido, os responsáveis serão acusados de homicídio. Quadrilha presa em 2013, mas já em liberdade, é investigada.
“Quem fez correu o risco de matar”, afirmou o delegado da 21ª DP, Wellington Vieira. Terça-feira a polícia estourou uma clínica de aborto e outra de repouso em Benfica. A polícia acredita que a jovem, grávida de cinco meses, tenha estado nos dois imóveis. O delegado explicou que nada há contra o dono deles, mas está sendo investigado. Ele foi preso em 2013, acusado de fazer parte de quadrilha de abortos há 30 anos no estado. Autuado por aborto e formação de quadrilha, está em liberdade.
A Polícia divulgou ontem as últimas conversas entre Caroline e o namorado Fernando Lima de Abreu, 26. Segundo a polícia, a jovem saiu de Paraíba do Sul e chegou às 7h de sexta-feira, na Rodoviária Novo Rio para fazer o aborto. No último contato, por mensagem de voz, ela diz que ficaria sem falar com ele por um tempo. “Vou ter que desligar o telefone agora, só vou conseguir falar com você mais tarde tá? Beijo.” O namorado deseja boa sorte.
Segundo investigação, a vítima teria ido à clínica, foi submetida ao aborto e levada para clínica de repouso, a um quilômetro. A suspeita é de que tenha morrido por complicações e o corpo foi abandonado em Caxias. Nos dois imóveis a polícia aprendeu ontem remédios e material cirúrgico. Preocupado com o sumiço dela, o namorado acionou a polícia. Segundo Vieira, Fernando disse que o casal namorava há um ano e ela tinha uma filha de 10 anos.