Por cadu.bruno

Rio - A cada 17,2 segundos uma pessoa foi vítima no país de um golpe envolvendo um cheque, cartão clonado ou documento falsificado, no primeiro semestre deste ano. É o que revela o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes, que será divulgado nesta semana.

Para fraudar, os golpistas ainda abusam da falsificação de documentos e das falhas tecnológicas. A maioria das ocorrências é relacionada a compras de celulares.

“Compram um telefone para ter um endereço e comprovar residência, por meio de correspondência, e, assim, abrir contas em bancos para pegar talões de cheque, pedir cartões de crédito e fazer empréstimos bancários em nome de outras pessoas”, apontou o estudo.

Após a telefonia, o setor com mais tentativas de fraudes foi o de serviços, com 270.177 golpes no primeiro semestre, seguido do setor financeiro e bancário, com 172.119 ocorrências.

Paralelo aos golpes físicos, clonagem de cartões e roubo de senhas aparecem nos registros policiaisDivulgação

“A simples perda de um documento de identidade, roubo de uma carta que sirva como comprovante de residência pode ser usada pelo fraudador”, disse um inspetor da delegacia de Defraudações. “Mas há outros golpes em que em uma loja pode pegar seus cartões e levar para longe de sua vista”, completou. Segundo o Instituto de Segurança Pública, o número de estelionato subiu 4,5% nos sete primeiros meses do ano se comparado ao mesmo período de 2015. 

Para os golpistas não falta criatividade. Neste ano, nos 20.577 registros de ocorrência de estelionato no Rio, algumas vítimas descreveram como sofreram os golpes. “Ligou para sua casa, informou que era do banco e disse que seu cartão havia sido clonado. Como era cliente há anos, um motoqueiro iria passar em sua residência para buscar seu cartão”, registrou o policial em um dos registros, que tinha uma senhora de 67 anos como vítima.

Em outro, na 20ª DP (Vila Isabel), a vítima teve cartões abertos em seu nome após passar a ser cliente de uma loja. Há a suspeita de que os dados tenham sido copiados em uma das unidades e replicados. Foram feitos saques e compras.

Paralelo aos golpes físicos, clonagem de cartões e roubo de senhas aparecem nos registros policiais. Em sua sala no Aeroporto Internacional do Rio, o delegado Rodrigo Freitas tem nas paredes certificados de cursos que fez contra estes tipos de fraudes. Em 2014, ele prendeu quadrilha especializada em clonar cartões por sistema de transmissão de dados via bluetooth. “Foi a primeira vez que conseguimos mostrar que a tecnologia nos cartões é falha. A quadrilha chegou a movimentar R$ 3,5 milhões em fraudes”, diz.

Na época, os irmãos André Alves da Silva e Bruno Alves da Silva foram presos. No ano passado, a Justiça Federal os sentenciou a 18 anos de prisão. “É exceção. Normalmente as penas são brandas”, afirmou Freitas. Segundo ele, as vítimas normalmente são ressarcidas pelos bancos e lojas que possuem seguro. “Não registrar as fraudes dificulta a investigação”, explica.

Dicas para evitar transtornos

Me proteja 
Serasa avisa quando seu CPF é consultado, informando quem consulta, por meio do serviço. Um mês custa R$ 9,90. Um ano, R$ 59,90. Tel.: (21) 3004-7728.

Alerta Serasa
Grátis. Avisa aos estabelecimentos que o CPF está em risco: www.serasaexperian.com.br

Atenção
Não perder de vista documentos pedidos. Não deixar que atendentes levem para longe de você.

Senhas
Cuidado ao digitar senha do cartão, principalmente diante de desconhecidos.

Cupons e Sorteios 
Não informar dados em cupons de sorteios ou promoções de lojas.

Certificado 
Verificar se site de compra tem certificado de segurança: checar se aparece a letra ‘s’ no final do http (https). Há os que ativam destaque verde na barra de navegação.

Redes Sociais 
Não compartilhar dados que sirvam para se passarem por você.

Antivírus
Manter atualizado, diminuindo riscos de ter dados roubados.

Internet pública
Evitar transação financeira em redes públicas de internet.

Log off

Fazer log off nas contas em computadores compartilhados (e-mail, internet banking).


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