Por thiago.antunes

Rio - Um vídeo de uma agressão bárbara contra duas irmãs, segundo a polícia motivada por homofobia, gerou revolta entre internautas. Após a circulação das imagens na Internet, dois homens foram detidos nesta terça-feira, suspeitos de participação no ataque, que ocorreu no domingo, no Centro de Santa Cruz, na Zona Oeste.

Um terceiro suspeito é procurado. De acordo com o titular da 36ª DP (Santa Cruz), Daniel Mayr, uma das vítimas, de 21 anos, é transexual. “Está totalmente comprovada a homofobia. A declaração das vítimas foi sobre isso”, revelou.

O crime ocorreu em frente a um ponto final de van, segundo o delegado. No vídeo de um minuto e 26 segundos, divulgado nas redes sociais, mototaxistas, motoristas e pedestres assistem a tudo, mas não intervêm.

Nas imagens, um homem de calça e sem camisa e outro de calça e camisa branca estampada aparecem dando chutes, alguns na cabeça, na transexual, já caída no chão. Uma mulher, que seria irmã dela, aparece gritando ‘solta ela’ e tentando evitar os golpes.

Advertência: as imagens contêm cenas de violência e podem parecer abusivas

A irmã, então, é empurrada pelo homem de camisa e cai, sendo também agredida, inclusive com um pedaço de pau pelo espancador sem camisa. Ela apela para que os covardes parem de bater em sua irmã.

Um minuto após o início das agressões, um terceiro homem de calça e camisa branca listrada surge e reinicia a sessão de violência contra a vítima ainda caída no chão. Ele e o agressor sem camisa dão chutes na cabeça e no tronco da transexual, enquanto o outro tenta conter a irmã. Em dado momento, os três atacam a transexual simultaneamente.

O caso foi registrado como homicídio tentado contra a transexual e lesão corporal contra a irmã dela. Assim como as vítimas, os espancadores não tiveram os nomes divulgados. Até o fechamento desta edição, não havia informação se o depoimento deles tinha sido tomado e se o terceiro suspeito tinha sido localizado. Segundo o delegado, diligências continuavam sendo realizadas.

O delegado Daniel Mayr disse que iniciou procedimento investigatório com base nas imagens divulgadas nas redes sociais, ainda que as vítimas não tivessem registrado a ocorrência.

Segundo ele, a colaboração de pessoas com informações passadas pelo telefone, WhatsApp e pela página do Facebook da delegacia foi importante para entender o que ocorreu e localizar vítimas e suspeitos.

O Ministério Público do Rio informou que está ciente e segue acompanhando as investigações sobre o crime. O órgão informou ainda que denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria do MPRJ, pelo site www.mprj.mp.br, ou pelo número 127.

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