Por tabata.uchoa

Rio - A partir do dia 9 de novembro, cariocas e turistas vão poder ver, tocar, mergulhar e até dormir com os peixes. O Aquário Marinho do Rio abre as portas na nova Região Portuária após quatro anos de obras, com pelo menos seis meses de atraso. São mais de R$ 130 milhões de investimento privado para se tornar o maior aquário da América do Sul. Passaportes individuais e familiares, que garantem acesso ilimitado ao AquaRio por um ano, começam a ser vendidos amanhã e custam, respectivamente, R$ 180 (um adulto) e R$ 360 (dois adultos e duas crianças). 

Passaportes de acesso por um ano ao AquaRio começam a ser vendidos amanhãEstefan Radovicz / Agência O Dia

Para o diretor-presidente do AquaRio, Marcelo Szpilman, o aquário tem tudo para se tornar um dos melhores do mundo: “Seremos competitivos. Temos nível internacional.” São 4,5 milhões de litros de água salgada. Esse minimar de 28 tanques será moradia de 3 mil animais, de 350 espécies. Cerca de 95% deles são provenientes da costa brasileira: tubarões, raias, moreias, namorados, tainhas, xereletes, robalos, garoupas, badejos, bonitos, donzelas e sargentos. O esqueleto da baleia jubarte, de 13 metros de comprimento, que encalhou na Prainha em 2014, está na entrada.

Mil animais vão povoar a ‘joia da coroa’: o Recinto Pacífico. Em um painel gigante, os visitantes verão tubarões e raias. É nesse espaço, de 7m de profundidade, que os mais corajosos poderão mergulhar, a partir de 2017. Para quem prefere não se molhar, um túnel que corta o aquário garante a sensação de imersão sob a coluna de 5 metros de água. Lá, as crianças poderão passar uma noite com os peixes.

Peixe-leão%2C originário da região do Indo-Pacífico%2C é considerado invasor nos mares do Brasil e do CaribeEstefan Radovicz / Agência O Dia

Também dá para se sentir debaixo d’água com o tanque cilíndrico. O visitante entra em um domo de acrílico para ver o cardume de peixes-morcego nadando ao redor da cabeça. Para completar a experiência, três aquários permitem a sensação de tocar os animais com um dedo. Há tanques que simulam mares do Caribe e a região do Indo-Pacífico. Neste último, moram as espécies que inspiraram os personagens de ‘Procurando Nemo’, o peixe-palhaço e cirurgião-paleta.

Os passaportes anuais dão direito à compra de mais três ingressos para crianças, por R$ 60 cada —o preço original da entrada é de R$ 80, com desconto de R$ 20 para cariocas. A previsão é receber 8 mil visitantes por dia. Estudantes municipais e professores têm entrada gratuita.

Os tanques têm vitrines de acrílico que permitem visualização sem distorções de cor ou de imagemEstefan Radovicz / Agência O Dia

Uma forma de difundir ciência entre alunos

Com o AquaRio, o biólogo marinho Marcelo Szpilman quer acender nas crianças a fagulha da ciência. “A ideia é proporcionar aos estudantes uma possibilidade que o Rio não tinha: despertar a curiosidade de trabalhar com esse ecossistema, seja como biólogo, veterinário, mergulhador ou ambientalista”, afirma.

O diretor-presidente do aquário gigante disse que a ideia surgiu em 2005. Em 2007, conseguiu a cessão para uso do prédio por 50 anos. “Nem em meus mais lindos sonhos eu imaginaria isso. Não tinha nada aqui nesta área”, relembra.

A inspiração maior veio dos aquários de Lisboa, em Portugal, e Monterey, na Califórnia (EUA). Para o biólogo, são os melhores do mundo por se apoiarem no mesmo tripé do AquaRio: educação, pesquisa e conservação. “Não é um aquário construído só para o entretenimento”, ressalta o idealizador.

Em parceria com a UFRJ, o aquário vai abrigar um Centro de Pesquisas Científicas. E não é só isso: antes mesmo de abrir, o espaço vai abrigar até evento de moda: o desfile Elle Fashion Preview será no dia 11 de outubro.

Um cenário e peixinhos virtuais durante a visita

O AquaRio também está cheio de peixes virtuais. No início do percurso, o visitante cria um companheiro marinho que vai acompanhá-lo durante todo o percurso, com a tecnologia da radiofrequência. Já as crianças receberão as boas-vindas de uma tartaruga falante.

As grutas virtuais, com realidade aumentada, simulam como seria ver um peixe por dentro, nadando na sua mão. Outra atração é uma ‘videowall’ que explica a diferença entre os oceanos de forma interativa, e telas touchscreen estão em cada um dos tanques com informações sobre seus habitantes.

O biólogo Marcelo Szpilman espera que depois da visita o público seja cativado pela bandeira da preservação. “A maioria das pessoas não tem oportunidade de mergulhar em águas claras como Fernando de Noronha, Caribe. Só se preserva o que se conhece”, afirma.

Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat

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