Rio - Fim da linha para as atividades profissisonais do ortopedista e traumatologista Fernando Cesar Lamy Monteiro da Silva, que responde em liberdade por suposto erro médico, que teria levado à morte um homem de 37 anos, depois de uma cirurgia na coluna. O Conselho Federal de Medicina (CFM) referendou ontem a cassação do exercício profissional de Fernando, proposta há dois anos pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio (Cremerj). Pelo menos outras cinco mortes também são atribuídas a ele, acusado de ter deixado ainda várias pessoas aleijadas.
O caso que levou à cassação da profissão de Fernando, que segundo testemunhas chegou a operar pacientes supostamente bêbado, é o do analista de sistemas Marcelo Costa, 37, que morreu em 2012 na mesa de operação. Em 2014, Fernando foi preso por policiais da 26ª DP (Todos os Santos) depois de uma série de matérias feitas pelo DIA. Em uma delas, chegou a indicar cirurgia para a então repórter do jornal Hilka Telles, que se passou por paciente.
De acordo com o Cremerj, não cabe mais recurso para o agora ex-médico, que nega as acusações. A notícia foi comemorada por pessoas que se dizem vítimas de Fernando e por parentes de vítimas. “Estou feliz por saber que ele não vai mais fazer maldades com ninguém”, afirmou Suely Gomes, 57, comerciária que ficou inválida depois de ser operada há quatros anos. Ela usa fraldas até hoje.
A jornalista Fernanda Pimentel, 33, que perdeu a mãe, a bancária Ana Márcia Pimentel, 49, em 2008, desabafou. “Agora quero vê-lo preso. Ele é um assassino em série”, afirmou, lembrando que a mãe teve a coluna operada por Fernando duas vezes no mesmo dia — cervical e lombar. O prazo deveria ser de quatro meses.