Por thiago.antunes

Rio -  Policiais da 62ª DP (Imbariê) realizaram, neste sábado, a segunda etapa da Operação Hidra, que apura fraude na concorrência de fornecimento de água não potável para as escolas estaduais de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. O produto era captado em uma piscina em um sítio localizado na Estrada Soledade, no bairro Taquara, e em poços artesianos em Caxias. Os quatro acusados de integrar o esquema estão foragidos.

Segundo o delegado da 62ª DP (Imabriê), Marcos Gomes Santana, o número de pessoas que consumiram a água contaminada nas escolas é muito grande. Ele contou que, em apenas uma delas há mais de mil alunos. O produto era fornecido para 13 colégios: os Cieps, 031, 089, 208 (Alceu Amoroso), 209, 228 (Darcy Vargas), 229 (Cândido Portinari), 320 e os colégios estaduais Manuel Bandeira, Hélio Rangel, Círculo Operário, Abdala, João XXIII e Professor Francisco Portuga Neves.

Empresários desviavam água de escolas%2C segundo a políciaDivulgação

As investigações apontaram que três empresas do grupo venderam quase 10 milhões de litros de água não potável para as escolas, e que uma delas não era cadastrada na Cedae, portanto, não tinha autorização para comercializar o produto. A água era vendida por R$ 300 a cada 10 mil litros.

“Os responsáveis pelas escolas não nos relataram se os funcionários ou alunos passaram mal por causa da água. Mas, com certeza, devem ter passado, só que ninguém poderia imaginar que a causa fosse a água que estava, consumindo”, contou o delegado.

Hélio Marcelo dos Santos e Reginaldo Souza Rocha são procurados por fraudeDivulgação

Ele revelou ainda que os empresários continuaram comercializando a água mesmo depois de presos na primeira fase da operação. “Eles fizeram isso por meio de uma outra empresa que tinham e que não foi descoberta pos nós na época, mas foi encontrada agora. O trabalho deles também continuou porque a prisão foi temporária e eles foram soltos depois”, explicou Marcos.

Estão foragidos Hélio Marcelo dos Santos Ramos, Reginaldo Souza Rocha, Raul de Souza e Raul Junior Nascimento de Souza. Um caminhão-pipa foi apreendido na casa de Raul Júnior. Os acusados vão responder por estelionato e venda de produto imprório para consumidor

Início das investigações

A Operação Hidra começou investigando apenas a fraude na licitação para fornecimento de água para as escolas. Ao longo do trabalho, os policiais descobriram também que a água comercializada era impróprio para consumo humno.

Durante as diligências, foram apreendidas notas fiscais de entrega de águas nas escolas, proposta para uma escola já envelopada constando as três empresas que iriam participar do certame, carimbo de todas as empresas no mesmo local, dentre outros documentos que comprovavam que as empresas de cada um dos citados e mais uma quarta empresa, de propriedade de Raul Júnior Nascimento de Souza (filho de Raul), fraudavam a concorrência para fornecimento de água potável para as escolas estaduais da região.

Raul Junior e Raul de Souza, pai e filho, também estão foragidosDivulgação

A fraude consistia no fato de as empresas apresentarem simultaneamente as três propostas para as escolas, combinando dessa forma os valores nas propostas e decidindo quem seria o vencedor.

Após um minucioso trabalho, realizando o cruzamento dos dados fornecidos pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro sobre a quantidade de água vendida para as empresas envolvidas no esquema fraudulento e as notas fiscais fornecidas pelas escolas, apurou-se que a empresa Bio Água não possuía cadastro na CEDAE para captação de água;

A H. M. dos Santos, em alguns meses, apresentava sua conta zerada e que a empresa R. J. Serviços de Transporte de Água Potável, já que não tinha cadastro, utilizava o da empresa R de Souza Serviço De Transportes.

A Polícia Civil também descobriu que no ano passado, a H. M. dos Santos, apesar de ter comprado apenas 330 (trezentos e trinta) mil litros de água da CEDAE, chegou a vender para as escolas 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil litros) de água.

Já a empresa R.J. de Souza Serviço de Transporte teria comprado 786.000 (setecentos e oitenta e seis mil) litros de água, mas vendeu 3.260.000 (três milhões, duzentos e sessenta mil) litros de água às escolas.

E a empresa Bio Água já conseguir vender mais de 7.700.000 (sete milhões e setecentos mil) litros de água para as escolas.

A polícia pede a que quem tiver qualquer informação que possa auxiliar na localização dos quatro acusados que entre em contato com a Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) pelos telefones (21) 2334-8823 e 2334-8835 e pelo chat https://cacpcerj.pcivil.rj.gov.br ou pelo Disque-Denúncia (2253-1177).


Você pode gostar