Por bianca.lobianco

Rio - O chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, entregou o cargo na manhã desta quarta-feira. O anúncio vem um dia após o secretario de Segurança Pública do estado José Mariano Beltrame confirmar sua saída da pasta.

Em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, Veloso contou que ja vinha pedindo para deixar a posução desde o ano passado. Assim como Beltrame, Veloso fez duras críticas à falta de recursos para a segurança pública do estado.

Fernando Veloso entregou o cargo na manhã desta quarta-feira e fez duras críticas à escassez de recursos Divulgação / Prefeitura de Niterói

“Quanto menos recursos a polícia tiver, menor será sua capacidade de atuação. Hoje, a dificuldade é grande. O trabalho da Polícia Civil é um trabalho velado. Quando a Polícia Civil não tem recursos, isso impacta na atividade de toda a segurança pública”, afirmou.

Ele também avaliou seu período de permanência no cargo como "missão cumprida" e destacou " uma série de avanços" durante sua atuação. Veloso fez menção às dificuldades que o policial civil sofre diariamente. " A gestão da máquina é muito complexa e 24 horas por dia é muito pouco para a gente, para o trabalho na chefia da corporação".

Questionado se a crise do estado afetou diretamente sua decisão, Veloso foi categórico ao dizer que já queria sair antes da eleição de Pezão. "Eu fiquei porque assumi um compromisso com o governador Pezão e com o secretário (Beltrame) que ficaria até o final do mandato dele, mas como ele pediu para sair antes, eu estou indo também. Para mim, é missão cumprida. Agora vou me dedicar à minha família". 

Para o final do ano, Veloso vislumbra um futuro de muita dificuldade sobre as investigações que a polícia precisa fazer por conta da escassez de recursos. 

Roberto Sá assume secretaria de Segurança

O subsecretário de Planejamento e Integração Operacional, Roberto Sá, assumirá a Secretaria de Estado de Segurança, na próxima segunda-feira. Ele entrará no lugar do atual secretário José Mariano Beltrame, que vai deixar o cargo após 10 anos.

Natural de Barra do Piraí, formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e fez carreira na Polícia Militar, onde foi instrutor do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e chegou ao posto de tenente-coronel. Foi para a reserva não-remunerada da PM e ingressou na Polícia Federal. Como subsecretário de Planejamento e Integração Operacional foi responsável pela implementação do sistema de metas na PM.

Beltrame deixa secretaria de Segurança

Beltrame pediu exoneração do cargo nesta terça-feira. De acordo com a assessoria de imprensa do governo, ele tinha pedido para deixar a Pasta depois do segundo turno das eleições. 

Em conversa com jornalistas, nesta terça-feira, o governador licenciado do Rio, Luiz Fernando Pezão, afirmou que falou "rapidamente" com Beltrame sobre sua saída. Ele afirmou que o secretário o "poupou" por conta do seu estado de saúde e não quis entrar em detalhes e ainda não sabe se o assunto foi mencionado com o governador em exercício Francisco Dornelles.

"Se possível vou pedir para ele ficar até o fim do governo, mas não posso exigir isso de uma pessoa que já está no cargo há 10 anos. Eu me preocupo muito, porque ele está cansado", afirmou Pezão.

O pedido de demissão de Beltrame ocorre após as UPPs Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, na Zona Sul, sofrerem ataques e moradores passarem por um intenso dia de tiroteios nesta segunda-feira. Três suspeitos foram mortos e três policiais feridos, entre eles o comandante da unidade policial, o capitão Vinicius Apolinário de Oliveira. Oito bandidos foram presos.




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