Por thiago.antunes

Rio - Foi em um café no Forte de Copacabana, em 2006, que Beltrame convidou Roberto Sá para compor sua equipe, logo após Sérgio Cabral ter sido eleito para governador do Rio.

Sá atuava como delegado no Acre há dois anos , desde que tinha sido aprovado no concurso para a Polícia Federal em 2004. Até então, atuava como major da Polícia Militar, onde conheceu Cabral atuando na segurança da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Roberto Sá: De caveira do Bope à secretário de segurançaPaulo Alvadia / Agência O Dia

Foi Cabral quem o indicou em 2014 para ser secretário de Segurança no Espírito Santo, quando Paulo Hartung (PMDB), governador eleito no ano, pediu uma indicação. Hartung chegou a ir pessoalmente na secretaria de Segurança do Rio, mas Sá negou o convite.

Beltrame procurava alguém com perfil operacional e também policial federal. Sá tornou-se perfeito em um ano em que o filme “Tropa de Elite”, de José Padilha, seria lançado.

Na P M foi o primeiro colocado do curso de caveiras do Bope em 1989 , onde fez o curso ao lado dos ex-comandantes-gerais da PM Pinheiro Neto e Mário Sérgio Duarte , que tiveram sua indicação para assumir os cargos.

"Sou muito amigo do delegado Roberto Sá e vou torcer, orar muito por ele. Mas ele assume num momento tão dramático, com a política de segurança há três anos superada pelo crime, que vou apenas torcer", afirmou Mário Sérgio, que escreveu, em 2012, o livro "Liberdade para o Alemão", sobre a ocupação do Complexo. Uma das dedicatórias do livro é para Sá.

Mário Sérgio é cotado para ser o novo subsecretário operacional, vaga deixada por Sá.

Auto de resistência

Em sua ficha operacional possui um auto de resistência na Favela de Manguinhos, de quando era tenente do Bope. Em 2013, voltou ao local para inaugurar uma Unidade de Polícia Pacificadora, programa que ajudou a elaborar.

O fato de ter sido da tropa de elite da PM é motivo de orgulho. Em sua mesa, possui uma caveira,símbolo da tropa especial da PM, ao lado do emblema de delegado federal e da bandeira do time de futebol Fluminense.

Formou-se em Direito, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, aos 38 anos e logo fez concurso para a Polícia Federal, sendo aprovado.

Na secretaria de Segurança, atuando na pasta operacional, é pai do Sistema Integrado de Metas, que paga gratificação a policiais por bons resultados alcançados nos índices criminais.

Natural de Barra do Piraí, ele ficou órfão aos 5 anos de idade, quando foi morar com primos em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Casou-se com sua primeira namorada, que é professora do município de Duque de Caxias, e é pai de duas filhas, que cursam faculdade.
 

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