Rio - O grito por justiça de portadores de doenças raras ecoa pelo estado. Associações de 50 tipos de patologias graves iniciaram protestos por punições para supostos “maus gestores em saúde”, depois da manifestação de domingo no Museu do Amanhã, intitulada ‘STF, minha vida não tem preço’. Um dos casos lembrados pelas associações é o das mil toneladas de medicamentos que venceram e tiveram de ser inutilizadas na Central Geral de Medicamentos do Estado. O MP investiga as circustâncias do desperdício. O escândalo foi descoberto pela Alerj após a constatação de que 300 entre mil toneladas de remédios estavam com datas vencidas, na saída do então secretário estadual de Saúde, Felipe Peixoto, hoje candidato a prefeito no segundo turno por Niterói.
O protesto trata do julgamento que tramita no STF e que pode, segundo estimativas, prejudicar 13 milhões de doentes que precisam de remédios. “A prioridade é alertar para nosso abaixo-assinado em www.change.org/minhavidanaotempreco, que já tem quase 400 mil assinaturas. Mas também não podemos esquecer de cobrar condenações exemplares para quem deixa medicamentos vencerem, enquanto pacientes agonizam e morrem”, resume Cristiano Silveira, presidente da Associação de Fibrose Cística do Rio. “Deixar vencer medicamentos públicos é mais que crime, é covardia”, diz Simone Arede, da Associação Brasileira de Homocistínuria. A assessoria de Peixoto diz que “o escândalo foi descoberto graças à corregedoria criada pelo então secretário, para investigar corrupção, contratos e outros processos na Secretaria Estadual de Saúde”. O texto diz que a “crise na área da saúde pública do Rio se arrasta há décadas”. Este não foi o único escândalo envolvendo o nome de Peixoto. Foi questionado pelo número de cargos comissionados, que subiu de 613, em dezembro de 2014, para 689, em um ano. Todos foram indicados por ele. Despesas aumentaram em R$ 324 mil. Destes cargos, pelo menos três pessoas eram ligadas politicamente a Felipe Peixoto.