Por gabriela.mattos
Fotógrafo publicou imagens no Facebook que mostram ele sendo agredido por Marcelo FreixoReprodução Facebook

Rio - Um fotógrafo relatou ter sido agredido pelo deputado estadual e candidato à Prefeitura do Rio Marcelo Freixo (Psol), em 2006, durante o enterro de seu irmão Renato Freixo. Por meio de seu Facebook, Bruno de Lima disse que, na ocasião, foi ao cemitério fazer fotos do sepultamento para o jornal "A Tribuna" e reforçou que fotografou "de longe, para não ser invasivo ou desrespeitoso" com a família.

Bruno lembrou que, assim que pegou a sua câmera fotográfica, Freixo largou o caixão e correu até ele. "Não deu tempo de processar o que estava acontecendo. Só deu tempo de me abaixar, tentando proteger o meu equipamento e receber socos e chutes. Pareceu que ele estava querendo descontar tudo em mim. Fui agredido covardemente. Mesmo tentando proteger o meu equipamento, ele conseguiu quebrar o flash", contou o fotógrafo.

Com mais de mil curtidas e compartilhamentos, a publicação repercutiu nas redes sociais e gerou críticas entre os internautas. "Essa foto mostra que você está a menos de cinco metros do caixão e vem com papo que estava de longe. Você foi um aproveitador no enterro e está sendo um aproveitador agora", afirmou um deles. "Fotografou de longe, mas está perto do caixão", observou outra pessoa.

Por outro lado, alguns usuários elogiaram a atitude do fotógrafo em publicar as imagens. "Freixo é totalmente desqualificado", disse um internauta. "Ele é um falso moralista", acrescentou outro.

Ao DIA, Freixo admitiu a agressão e ressaltou que o profissional não respeitou a decisão de sua mãe, que não queria que o enterro fosse fotografado. "Foi um erro que cometi injustificável. Mas os meus erros eu assumo. Não escondo, não levo inquéritos para casa", completou o candidato, que disse que aquele dia foi o "pior da vida".

"A minha mãe pediu aos fotógrafos que respeitassem o momento e não tirassem foto do corpo dentro do caixão. Eu levei aos fotógrafos este pedido, feito pela minha mãe, e absolutamente todos respeitaram. Menos este fotógrafo. Houve uma grande revolta da família e eu pedi que ele se retirasse", contou Freixo.

Confira a íntegra do posicionamento de Freixo sobre o caso

"Eu errei. Foi um erro que cometi. Injustificável. Mas os meus erros eu assumo. Não escondo, não levo inquéritos para casa. Foi o dia do enterro do meu irmão. O pior dia da minha vida. Não foi um momento qualquer, nem uma morte qualquer. Perdi meu irmão brutalmente assassinado na porta de casa, deixando dois filhos pequenos.

Meus pais estavam completamente abalados. A minha mãe pediu aos fotógrafos que respeitassem o momento e não tirassem foto do corpo dentro do caixão. Eu levei aos fotógrafos este pedido, feito pela minha mãe, e absolutamente todos respeitaram. Menos este fotógrafo. Houve uma grande revolta da família e eu pedi que ele se retirasse. Ele disse que estava apenas fazendo o trabalho dele, mas todos os outros fotógrafos também estavam e nenhum deles desrespeitou a minha mãe. Ele saiu, mas depois voltou para querer fazer uma foto da minha mãe de frente para o caixão.

E no depoimento dele, hoje, mente. Diz que estava à distância. Não estava. Ele estava a dois metros do caixão. Quem estava distante eram os outros, tanto que as fotos da confusão são de longe, feitas pelos outros fotógrafos que respeitaram aquele momento da família. Evidentemente que nada disso justifica a minha agressão, nem estou aqui para isso. Foi um erro, repito. Acho que é compreensível para qualquer pessoa que um cidadão reaja numa situação como esta, mas isso não justifica a agressão, nem faz, evidentemente, com que não tenha sido um erro"

?Colaborou Caio Barbosa

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