Rio - O governador licenciado Luiz Fernando Pezão, que retornará ao cargo semana que vem, vai trabalhar no máximo quatro horas por dia nos primeiros meses. À equipe médica e a amigos que o aconselharam a não voltar este ano, principalmente pelas circunstâncias do momento, Pezão respondeu que “foi eleito para isso”.
O governo elabora um pacote de austeridade que deve gerar forte reação de diferentes segmentos a partir da semana que vem, quando os textos serão enviados à Assembleia Legislativa (Alerj). Pezão não quer que pensem que ele se esconde atrás da doença para se resguardar.
O fato é que...
Apesar de ter respondido bem à quimioterapia para o combate a um linfoma, Pezão ainda está longe dos 100% de condição física. Na cerimônia de posse da ministra Cármen Lúcia, passou mal após ficar duas horas em pé. Dia desses, sentiu-se estafado ao andar do Palácio Guanabara ao prédio anexo. Ele tem que dedicar parte do dia a tratamentos como fisioterapia e acupuntura.
Divisão de tarefas
Por conta desses fatores, Francisco Dornelles continuará em destaque mesmo após o retorno de Pezão.
Tesourada
Funcionários de empresas do estado tinham esperança de não ter o salário reduzido pelo pacote, mas podem tirar o cavalinho da chuva. Cedae, Cehab, Emop e Imprensa Oficial, por exemplo, terão gratificações revistas.
UPP preservada
Cortes nas gratificações de servidores não devem se estender aos policiais militares que atuam em UPPs. Pelo menos até ontem, o governo não cogitava a possibilidade.
Em campanha
Flávio Bolsonaro (PSC) gravou ontem vídeo para a propaganda eleitoral de Marcelo Crivella (PRB) na TV. Não economizou nas críticas ao adversário Marcelo Freixo (Psol).
Isenções fiscais
Presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB) colocará para votar, terça-feira, projeto de lei dos deputados Bruno Dauaire (PR) e Luiz Paulo (PSDB) que impede que o governo conceda benefícios fiscais a empresas pelos próximos dois anos. Ontem, a Justiça proibiu a prática, mas, como a decisão é de 1ª instância, cabe recurso. A aprovação do projeto de lei serviria para sacramentar e encerrar qualquer questão.
Os dois prazos
Inicialmente, o texto pedia a proibição pelos próximos quatro anos. Após negociação com o Palácio Guanabara, o período foi reduzido pela metade.