Servidores fazem protesto contra pacote anticrise do estado
Segundo organizadores, ato reuniu pelo menos mil pessoas nesta sexta
Por gabriela.mattos
Rio - Terminou em confusão um protesto de servidores, nesta sexta-feira, no Centro do Rio. Pelo menos mil manifestantes foram às ruas novamente contra o pacote anticrise do estado e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que prevê o congelamento dos gastos públicos por 20 anos. Por volta das 20h30, um grupo de jovens mascarados soltou um rojão em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o que provocou a reação dos policiais que faziam a segurança do prédio.
Os PMs tentaram perseguir o grupo e jogaram gás lacrimogêneo para dispersar o tumulto. Alguns destes manifestantes fizeram barricadas no meio da rua com mesas e cadeiras dos bares. Além disso, atearam fogo em sacos de lixo na via. Três pessoas foram presas.
Segundo o Centro de Operações da Prefeitura, os motoristas enfrentaram retenção na Rua 1º de Março e na Avenida Antônio Carlos por causa da interdição parcial da Avenida Presidente Vargas. A passeata se concentrou na Candelária, seguiu pela Avenida Rio Branco e foi até o prédio da Alerj.
Entre os participantes estiveram representantes de sindicatos, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Fundação Escola de Serviço Público do Estado do Rio de Janeiro (Fesp). Servidora do estado, Valeria Câmara Pacheco, de 54 anos, reclamou que ainda não recebeu 13º salário deste ano. "Estou lutando contra a PEC 55", reforçou.
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Nesta quinta-feira, o presidente da Alerj já havia anunciado que as discussões sobre o pacote anticrise começam na semana que vem e vão até o dia 30 deste mês. A previsão é que as votações ocorram em dezembro. Entre as medidas anunciadas estão o reajuste do Bilhete Único e a extinção do programa Aluguel Social.
Esta semana foi marcada por pelo menos quatro manifestações contra o pacote anticrise. Na tarde da última segunda-feira, um grupo de servidores, principalmente da Segurança Pública, invadiu a Alerj. Segundo eles, os parlamentares não queriam recebê-los. Tapumes que contornavam a entrada da Casa chegaram a ser arrancados.
Na última quarta-feira, também houve confusão em protesto no Centro. A Polícia Militar utilizou gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Um funcionário do Departamento Geral de Ações Socioducativas (Degase) foi detido no ato. Nesta quinta-feira, os servidores voltaram às ruas contra o fim do Aluguel Social.