Por gabriela.mattos
Rio - Em visita à horta comunitária de Manguinhos, onde antigamente funcionava uma cracolândia, o prefeito Marcelo Crivella anunciou que pretende ampliar o projeto às 1.500 escolas municipais do Rio. A ideia é estimular pais e familiares de alunos a produzirem alimentos para vender para a própria rede de ensino, gerando, assim, mais emprego e renda. Acompanhado da esposa e dos filhos, o prefeito caminhou com tranquilidade pela comunidade, cumprimentou moradores e, ao chegar à horta, ajudou na colheita de mandioca. A primeira dama Sylvia Jane ganhou, inclusive, uma muda de cebolinha e manjericão para plantar em casa.
“As hortas comunitárias produzem coisas que o nosso povo gosta, como aipim. Aipim é consumido desde a época em que os portugueses chegaram aqui. As nossas escolas vão passar a comprar alimentos das hortas comunitárias para a merenda escolar. Pais e avós de alunos que morem próximo às escolas podem plantar em casa e se tornar fornecedores também e com isso gerar renda para a família”, afirmou Crivella.
Em visita à horta comunitária de Manguinhos%2C onde já funcionou cracolândia%2C prefeito ajuda a colher mandioca. Segundo ele%2C povo gosta de aipimSeverino Silva / Agência O Dia

Ciente do grande volume de usuários de drogas na região, o prefeito anunciou mais parcerias para trabalhar essa questão. “Há um levantamento sendo feito pelo Instituto Pereira Passos que trata dos usuários de crack do Rio. Na segunda-feira os secretários vão se reunir para trabalhar esses números. No Jacarezinho, aqui do lado, todas as crianças de 0 a 6 anos vivem abaixo da linha da pobreza, isso é terrível”, disse.

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Há sete anos desenvolvendo trabalho com crianças na comunidade, Luziana Pacheco, de 52 anos, conta que, para os pequenos, na maioria filhos de ex-usuários e usuários de crack, a horta comunitária é fundamental na recuperação de traumas. “Tirar as crianças daquele mundo foi muito complicado, eles conviviam diariamente com mortes e violência. Tem um aqui que viu o pai morrer no ano passado, vítima de bala perdida. A horta ajuda muito a mantê-los ocupados e aprendendo valores, como a espera até o momento de colher as coisas”, conta Luziana.
O secretário de Conservação e Meio Ambiente, Rubens Teixeira, disse que as hortas cumprem vários objetivos positivos. “Além da produção de alimentos de qualidade a um custo baixo, estimulo à consciência de consumo saudável, principalmente entre as crianças, o projeto garante alimentação saudável à comunidade”, disse.
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Atualmente o Horta Carioca atua em 30 espaços públicos, sendo 17 escolas. O projeto emprega, também, ex-presidiários. “Dar oportunidade à pessoa que deseja trabalhar e que quer mostrar à sociedade que mudou e gostaria de reconstruir a vida é muito positivo”, disse Teixeira.
Crivella volta a cobrar ar nos ônibus
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Durante a visita a Manguinhos, Crivella ressaltou a importância do apoio da população no combate à epidemia de chicungunha prevista para o Rio este ano. Ele reforçou o apoio ao governo do estado à segurança nas ruas, aumentando o efetivo da Guarda Municipal, e garantiu, mais uma vez, que as tarifas de ônibus não irão aumentar até que toda a frota esteja com ar condicionado instalado. Sempre fazendo uso da sua política de governo, que pretende “fazer mais com menos”.
“Não há previsão sobre aumento da tarifa de ônibus. Esperamos que o governo do estado adote o mesmo princípio com trens e metrô. Vivemos em um Rio com 210 mil desempregados e essas pessoas vão esperar oito meses para conseguir uma nova colocação. É a média de tempo que se gasta para conseguir um novo emprego. Neste período, o preço da passagem é terrível porque a pessoa tem que sair de casa para buscar emprego. Se tiver aumento na tarifa, vai prejudicar a mobilidade desse povo.”