Por gabriela.mattos
Rio - “Para lá eu não volto mais. Prefiro morrer a ter que ir para aquele hospital de novo”, disse o caminhoneiro Weliton Muniz, de 41 anos. Internado desde o Natal no Hospital Estadual Azevedo Lima, em Niterói, com ambos os calcanhares quebrados, o paciente teve que se arrastar pelo chão sujo da emergência para ir ao banheiro, por falta de uma cadeira de rodas.
Já em casa após ter sido operado na quinta-feira, depois de denunciar as condições da unidade, Muniz relembra da experiência como uma humilhação. “Estava com muita dor, por isso tomei a atitude drástica de ter que me arrastar até o banheiro, podendo pegar uma doença. Só quero um pouco de dignidade”.
Já em casa%2C Weliton relembra experiência de humilhação no hospitalReprodução

O caminhoneiro reclamou ainda da limpeza do hospital: até baratas correm pelo banheiro. “Uma fossa é mais limpa que aquele lugar”, declarou ele, ao lembrar que suas duas filhas, de 17 e 11 anos, nasceram no hospital. “Costumava ser uma referência. O Pezão afundou tudo”, completou.

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Companheiro de ala de Muniz, o MC Rafael Pontes, 24, está há mais de um mês internado com a perna quebrada, sem poder trabalhar. “Faço trufas para vender e estou com o aluguel atrasado. Minhas duas filhas dependem de mim”, lamentou. “É uma falta de respeito. Tem enfermeira que até te xinga se você for pedir remédio. Para conseguir as coisas, tem que ser no grito”, reclamou. O DIA não obteve resposta da Secretaria estadual de Saúde sobre a situação do hospital. A reportagem não conseguiu contato com a OS ISG, que administra a unidade desde 2014.
Em nota, a direção do Hospital Estadual Azevedo Lima esclarece que "não é verdade que há falta de cadeira de rodas para atendimento dos pacientes da unidade. Cabe esclarecer ainda que não procede a informação de ausência de maqueiros na unidade, que segue em funcionamento. A direção acrescenta ainda que colaboradores e pacientes estão recebendo alimentação adequada".
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?Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat