Por rafael.nascimento
Rio - Com uma política de redução de custos, o secretário estadual de segurança, Roberto Sá, anunciou a criação do Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública (Giosp). Sem recursos financeiros extras do estado, cerca de 36 policiais, entre civis e militares, serão remanejados para levantar informações sobre as rotas de fabricação e venda de armas de fogo que abastecem o crime no Rio. Anunciou, também, a criação da Delegacia Especializada em Armamentos, Munições e Explosivos, comparada a extinta Delegacia de Repressão à Armas e Explosivos (Drae) que vai tratar desses casos.
O Secretário de Segurança do Rio%2C Roberto Sá%2C durante apresentação do Grupo Integrado de Operações de Segurança Pública%2C no CICCMaíra Coelho/Agência O Dia
Durante entrevista coletiva o secretário afirmou que, o objetivo do Giosp é compilar informações e dados dessa criminalidade, assim como elaborar cenários, para criar informações qualificadas para a Polícia Militar e a Polícia Civil atuarem na prevenção e investigação. Ele quer acabar com a “lógica expansionista de facções criminosas e o carácter extremamente bélico com que elas atuam”.
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O Giosp tem sede no Centro Integrado de Comando de Controle (CICC) com salas equipadas de telas de monitoramento e computadores. De acordo com o Secretário cerca de 24 armas de fogo são apreendidas na cidade, por dia. Dessas, pelo menos uma é um fuzil. Ele destaca, também, que a criação dessa delegacia foi anunciada no dia de sua posse, como meta em sua gestão.
Além de Sá, participaram, também, da coletiva, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias e o chefe de Polícia Civil, Carlos Leba. "Espero em médio espaço de tempo já ter uma resposta positiva da atuação do Grupo. A colaboração de autoridades da esfera federal é importante, mas quando esse produto chega às rodovias já fica mais difícil a atuação. Temos que ir direto na fonte", explicou Leba.
Cúpula da Segurança durante lançamento do plano para conter violência no Estado Maíra Coelho / Agência O Dia
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Mesmo com o estado falido, Sá garante que é possível manter essa delegacia, “é preciso ter criatividades nesse momento, fazer mais com menos recursos. A delegacia também será criada com recursos já disponíveis à polícia civil”, disse.
Sobre o número crescente de morte entre policiais, Sá destacou algumas ações que já vem sendo cumpridas para evitar novos ataques. Entre elas um relatório sobre essas ocorrências e o uso obrigatório de coletes.
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“A PM está com um trabalho de diagnóstico para propor ações para diminuir essa vitimização. Para cada policial desses que é ferido, mesmo sem gravidade, é a sociedade que está sangrando. O comandante geral determinou, recentemente, o uso obrigatório do colete, mas essa é uma determinação que está em construção em função da distribuição e remanejamento desses coletes. E estamos intensificando o programa Percurso Seguro, que é um mapeamento de onde os policiais saem de casa e seguem para o trabalho, que é onde mais estavam acontecendo esses ataques a policiais”, pontuou.
Já o comandante Dias acrescentou que a PM está desenvolvendo uma cartilha de ações para orientar os militares no dia a dia. "É muito duro enterrar um policial militar, é como se perdesse um filho, mas infelizmente é uma situação com a qual precisamos lidar. Pensamos em criar essa cartilha para orientar o policial, já sabemos que a maior parte dos ataques acontece quando o policial está de folga. Quando isso ocorre? Ha um descuido do policial? Tem a ver com os locais que ele frequenta? Então estamos analisando todos esses aspectos para saber como poderemos orientá-los”.
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No ano passado, 142 policiais foram mortos no Rio, 132 PMs, oito civis e um da força nacional. Baleados foram 430 militares, informou a PM.