Por gabriela.mattos
Rio - A Operação Verão das forças de segurança começou neste sábado na orla das praias do Rio. A principal novidade nas ações preventivas de combate aos roubos, furtos e arrastões é a integração entre a Polícia Militar e a Guarda Municipal, que passarão a se comunicar nestas regiões por meio da mesma frequência de radiotransmissão. Neste primeiro dia de ação, oito menores foram detidos suspeitos de roubar duas pessoas no Arpoador.

Segundo o secretário municipal de Ordem Pública (Seop), o coronel PM Paulo Amendola, esta integração foi costurada entre diversas esferas de governo. "Nos reunimos esta semana com um representante do Ministério da Justiça, o próprio Ministro da Defesa Raul Jungmann, além de nós da Seop, Polícia Militar, Guarda Municipal e o secretário de Segurança Roberto Sá para tratar do assunto e elaborar novas estratégias dentro da lei. Depois analisamos os planos e relatórios de operações verão anteriores para modelar o nosso", explicou.

Novo secretário da Seop%2C Paulo César Amêndola falou sobre plano de segurança nas praias do Rio durante o verãoSeverino Silva / Agência O Dia

O secretário ainda destacou que o sucesso do plano verão de segurança pública não depende apenas de atuar nos efeitos, mas também na causa. Quem cuidará dessa questão é a secretária municipal de Assistência Social e Direitos Humanos, Teresa Bergher. Ela explicou o Plano Verão Social, o trabalho da sua pasta na atuação junto aos infratores.

"Menores de 11 anos desacompanhados de responsável serão imediatamente levados para os abrigos da Prefeitura, até que as famílias sejam contatadas. A abordagem mais difícil é com os maiores de 12 anos. Vamos ver caso a caso e entrar em contato com os responsáveis". Os procedimentos de acolhimento destes, segundo a secretária, terá participação e apoio do Conselho Tutelar.
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Em números, serão 70 homens da Guarda Municipal nas ações de prevenção nas praias, distribuídos pela areia, orla e principais corredores de acesso a metrô e pontos de ônibus. Nos fins de semana e feriados, o efetivo salta para 200. Na Polícia Militar, o contingente é de 850 homens, que patrulharão as orlas de 8 às 20h.

O comandante de policiamento de praia do 1º CPA, capitão Santos, responsável pela orla da Zona Sul, destacou que a integração com outras forças de segurança do Rio já é feita há anos, e espera uma ação mais efetiva nesta integração com a Guarda Municipal. Questionado sobre a polêmica abordagem de policiais em ônibus, ele explicou que elas continuarão dentro da lei. "Há policiais destacados para esse trabalho, que acompanham os ônibus em todo o seu trajeto, monitoram e abordam as pessoas. Só haverá apreensão e prisão em caso de flagrante".

Sem registros

Já os policiais civis do Rio, sem o salário de dezembro e 13º, paralisaram neste sábado qualquer atividade nas delegacias de 8 às 12h. Tal decisão foi firmada em assembleia do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Rio de Janeiro (Sindelpol). De hoje em diante, até que sejam feitos os pagamentos, os agentes seguirão paralisando as delegacias, entre 13 e 14h, além de atender no período restante somente flagrantes, remoções de cadáver, termos circunstanciados, crimes violentos, crimes da Lei Maria da Penha e outros que necessitem de diligência urgente.
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"Paramos porque a Polícia Civil está trabalhando sem nenhuma condição. O Estado deve para a gente o Plano de Meta que está há mais de um ano sem ser pago. Estamos sem 13º e mesmo assim trabalhando com dignidade", declarou Rafael Barcia, presidente do Sindelpol. As delegacias da Divisão de Homicídios e da Delegacia Antissequestro (DAS) não interromperam os trabalhos.