Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - Um detento da cadeia pública Pedro Melo da Silva, dentro do Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, foi encontrado morto, na última segunda-feira. Foi a primeira morte registrada dentro do sistema carcerário em 2017. A Delegacia de Homicídios da Capital (DH-Capital) investiga o crime, que teria sido praticado por outros detentos. Diego Maradona estava preso por estupro, ocorrido contra menina de 3 anos, em Teresópolis, no dia 4 de janeiro. Ele permaneceu por 11 dias no sistema prisional.

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) diz que inspetores foram chamados à cela por outros presos que diziam que Diego Maradona Silva Souza, de 27 anos, estava passando mal. Ao chegarem ao local, ele foi encontrado morto. 

Preso de cadeia de Bangu foi encontrado morto. Ele estava no "seguro" e a prisão seria por estuproArquivo

O detento, que foi preso em flagrante na época, estava em uma cela separada dos demais detentos, o chamado "seguro". Outros cinco homens estavam na mesma cela. Diego Maradona já havia sido preso por estupro de vulnerável, mas o processo foi arquivado e ele solto.

Segundo a Delegacia de Homicídios (DH-Capital), um inquérito está apurando o "possível homicídio" de Diego Maradona. Uma perícia foi realizada e diligências estão em andamento.

Segundo a Seap, uma sindicância foi instaurada para apurar o caso. Ainda de acordo com a nota, o motivo da morte do preso "somente será esclarecido quando ficar pronto o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML)."

Agentes penitenciários em greve

A morte ocorreu no mesmo dia em que agentes penitenciários decretam greve no sistema carcerário, decisão tomada em assembleia na noite de segunda-feira. Na terça e quarta-feira, parentes de presos foram impedidos de fazer visita no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.

Nesta quarta-feira, seis presos, da mesma facção, brigaram e tiveram que ser contidos por agentes penitenciários que estão em greve, na Penitenciária Esmeraldino Bandeira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, também em Bangu.
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Uma decisão do desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, presidente do Tribunal de Justiça do Rio, considerou ilegal a greve dos servidores da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). Nela, o magistrado determina que “sejam restabelecidas, no prazo de 24 horas, com o retorno dos servidores do sindicato suscitado às suas atividades, sob pena de multa diária de R$ 100 mil sem prejuízo das sanções e responsabilização cabíveis”.
Na manhã desta quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema Penitenciário (SindSistema) informou que ainda não tinha sido notificado da decisão da Justiça, mas que assim que isso acontecesse recorreria da determinação. O SindSistema convocou toda a categoria para uma assembleia, às 17h de hoje, para discutir a determinação.