Por gabriela.mattos
Rio - A discussão sobre a privatização da Cedae fez com que Sérgio Cabral fosse acusado pela primeira vez de enriquecimento ilícito. Explico. O fato ocorreu em 1998, quando Cabral presidia a Assembleia Legislativa e era contra a privatização, debatida já naquela época. Na troca de farpas, afirmou que o então governador, Marcello Alencar, tentara comprar votos para aprovar a medida.
Alencar contra-atacou. Apresentou dossiê ao Ministério Público acusando Cabral de ter ganhos “incompatíveis com a renda de um deputado”. Citou propriedade do então presidente da Alerj no condomínio Portobello, em Mangaratiba, avaliada na ocasião em R$ 1 milhão. Cabral alegou que comprou a casa em condições especiais, porque fizera negócio com um velho amigo. Esse amigo é o empresário Carlos Borges, hoje um dos acusados na Operação Lava Jato.
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Da água à lama
Dezenove anos depois, a discussão sobre a privatização da Cedae retorna à Alerj. Curiosamente, a medida está atrelada a um acordo de recuperação financeira para tirar o estado do fundo do poço. Poço que Cabral ajudou a cavar.
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Ruptura
Em 1998, Alencar e Cabral eram do mesmo partido, o PSDB. Após a troca de acusações, Cabral migrou para o PMDB.
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Memória
Vice-governador à época, o tucano Luiz Paulo Corrêa da Rocha defendia a privatização. Hoje, líder da bancada do PSDB na Alerj, é contrário à medida. “Naquela ocasião a Cedae dava prejuízo, hoje dá lucro. A Cedae deveria servir é para capitalizar o Rio Previdência. Inteligência não é a tônica deste governo”, diz. 
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Ão e inho
O Informe revelou em novembro que dois ex-assessores de Cabral, Serjão e Aryzinho, estavam em maus lençóis. O primeiro foi preso semana passada; o último, ontem. Ironicamente, um assessor que ocupava cargo de chefia pode dormir sem medo de ser acordado pela Polícia Federal. Trata-se do jornalista Ricardo Cota, o verdadeiro autor de artigos que Sérgio Cabral enviava para jornais como sendo dele.
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Notícia da coluna
Membro da Comissão de Fiscalização da Câmara, o deputado federal Ezequiel Teixeira (PTN) pedirá ao Ministério Público do Rio e ao Tribunal de Contas que apurem a isenção fiscal de R$ 8,32 milhões concedida, dia 24, pela Secretaria Estadual de Esportes à Oi.
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Sangue do sangue
Crivella nomeou ontem o filho, Marcelo Hodge, para a Casa Civil. A coluna garantiu há uma semana, com exclusividade, que a medida seria tomada este mês.