Por clarissa.sardenberg
Rio - Eike Batista recebeu nesta sexta-feira pela primeira vez em 11 dias a visita de um familiar na Penitenciária Bandeira Stampa (Bangu 9), no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. A mulher do empresário, Flavia Sampaio, usou sua carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para entrar na unidade prisional, de acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap). Os dois conversaram através do parlatório — espaço reservado para encontros entre advogados e e detentos, onde ficam separados por um vidro.
Eike Batista teria pago US$ 16,5 milhões em propina Sandro Vox / Agência O Dia

Durante a visita, Flavia esteve acompanhada por outros dois defensores de Eike. Para fazer visitas, os familiares devem se cadastrar e ter uma carteirinha, mas o processo demanda cerca de duas semanas.

O Ministério Público Federal no Rio ofereceu denúncia contra o ex-governador Sergio Cabral (PMDB), o empresário Eike Batista e mais seis pessoas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. As investigações fazem parte da Operação Eficiência, resultado da força-tarefa da Lava Jato no Rio. O conteúdo da denúncia será apresentado pelos procuradores da Força Tarefa Rafael Barretto e José Augusto Vagos nesta sexta.

Nesta quinta-feira, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Operação Lava Jato no estado, negou o pedido da defesa do empresário Eike Batista para que ele fosse transferido para uma outra unidade penitenciária.

Eike foi indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa. Ele teria pago US$ 16,5 milhões em propina ao esquema liderado por Cabral para ter benefícios em seus negócios. O empresário foi preso no dia 30 de janeiro. O crime de corrupção prevê pena de dois a 12 anos de prisão; o de lavagem de dinheiro, de três a dez anos.