Por adriano.araujo, adriano.araujo
Ed Wilson desapareceu depois de realizar uma corrida como Uber. Corpo foi encontrado dentro de canal em Vila Sapê%2C em CaxiasReprodução Facebook

Rio - A família do motorista de Uber Ed Wilson Araujo da Silva, de 28 anos, está sofrendo duplamente. O corpo dele foi encontrado dentro de um canal na Favela Vila Sapê, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mais de 24 horas depois de desaparecer, quando voltava para casa após encerrar uma corrida na região.

Desde então, procuraram a polícia, que até as 9h50 desta segunda-feira ainda não tinha ido ao local — considerado área de risco — para realizar a perícia. Sem a perícia o corpo não pode ser removido para o Instituto Médico Legal e, em seguida, sepultado.

Parentes e amigos tiveram que remover o corpo do local com a ajuda dos bombeiros e deixá-lo às margens da Rodovia Rio-Magé.

"É uma revolta, indiginação, tudo de ruim. Quero só um enterro decente para o meu marido. O poder público não está deixando", disse, aos prantos, Rosana Paula de Souza da Silva, 40 anos, mulher de Ed Wilson há 11 anos.
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Segundo ela, quando já sabiam da localização do corpo, foram até a 62ª DP (Imbariê), mas a delegacia se recusou a fazer o registro e ir até o local, alegando que deveriam procurar a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A Defesa Civil também teria sido procurada e se recusado por ser área de risco. "Eles até ligaram para a DHBF, pois estava sem sistema, mas até agora ninguém chegou aqui", disse Rosana, antes da chegada da Polícia Civil nesta manhã.
Apenas uma viatura da Polícia Militar isolava o local nesta manhã onde foi deixado o corpo, identificado pelos familiares por meio de uma tatuagem. A esposa acredita que o motorista foi assaltado e confundido com um policial.
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Segundo a Rosana, a perícia foi concluída por volta das 11h30 e corpo retirado ao meio-dia. Os familiares agora começam uma nova peregrinação: a liberação do corpo no IML para realizar, enfim, o enterro.
Carro encontrado antes de corpo
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O carro foi encontrado antes do corpo na comunidade Rodrigues Alves, também próximo da Vila Sapê, em Imbariê. "O corpo do meu marido está entrando em decomposição, isso é um descaso. É a única palavra que tenho para isso. Somos evangélicos, quero dar um enterro digno para o corpo dele, que era trabalhador, uma pessoa de bem", pediu.  "O corpo está aqui, exposto, num chão quente, ao lado de uma escola municipal onde tem crianças, com um odor forte e um monte de crianças aqui do lado na escola, poxa", disse Ronana nesta manhã.
Procurada e questionada sobre a denúncia da mulher da vítima, a Polícia Civil não se pronunciou até as 14h40. Em nota, disse apenas que "apura as circunstâncias da morte (...) que a perícia e um amplo trabalho de investigação foram realizados no local e outras diligências estão em andamento para esclarecer o crime e identificar sua autoria."
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Já a Defesa Civil Estadual disse que não houve solicitação da delegacia da região para a remoção, o que aconteceu somente às 9h15 desta segunda-feira. "A remoção é feita pela Defesa Civil após a perícia por parte da Polícia Civil e consequente liberação de guia por meio da DP", disse em nota.
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