Por gabriela.mattos
Rio - A negativa do Supremo em avalizar a antecipação de empréstimos ao estado caiu como uma bomba para Pezão. Deputados que já haviam se comprometido a votar a favor da privatização da Cedae estão mudando de lado. A aprovação da medida — imposta pela União para a concessão dos empréstimos — deixou de ser favas contadas na Assembleia Legislativa. E, sem o dinheiro para pagar a servidores, é consenso na Alerj que Pezão dificilmente se manterá no cargo.
Renato Cozzolino (PR) afirma, agora, que votará contra a privatização. Comte Bittencourt (PPS) e Jânio Mendes (PDT) avaliam fazer o mesmo. Responsável por reorganizar a base do governo na Alerj, o presidente da Casa, Jorge Picciani (PMDB), diz que não é dono do voto de ninguém. “Se a maioria optar por não aprovar, tá decidido.”
Publicidade
Recado
A políticos que fazem oposição radical, Picciani indaga: “Querem derrotar o governo? O governo já está derrotado. Caso não aprovem a Cedae, vão derrotar a sociedade, quando os salários ficarem seis, sete meses atrasados.” E conclui: “Estou me desgastando quando, no fundo, fui um dos poucos que alertaram para o risco de não ajustar o governo antes da crise. (O pacote) é duro? É. Tem sacrifício? Tem. Deveria ter sido resolvido dois anos atrás.”
Publicidade
WhatsApp ignorado
Pezão enviou um Whats-App a Picciani ontem. Pediu que o presidente da Alerj colocasse em votação o aumento da alíquota previdenciária de 11% para 14%. Daria “mais credibilidade” para negociar com o governo federal. Picciani visualizou a mensagem, mas não respondeu. Como se sabe, Picciani tem dito que o projeto só entrará em pauta quando os salários dos servidores estiverem em dia. 
Publicidade
Enquanto isso...
Como saiu na coluna ontem, a ideia de intervenção federal cresce. Até mesmo pessoas próximas a Pezão dizem que não há mais “força política” para que fique à frente do estado. O presidente Michel Temer evita o assunto.
Publicidade
Cedae no Planalto
Da deputada federal Laura Carneiro (PMDB), ontem, no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília. “O governador é do meu partido. O presidente é do meu partido. Mas é uma chantagem inaceitável queimar o único ativo do Rio.”
Publicidade
Sem grana, sem casa
Pezão publicou dezoito decretos no Diário Oficial de ontem devolvendo à iniciativa privada terrenos que haviam sido declarados de utilidade pública para a construção de casas populares no Jacarezinho. Motivos: crise financeira e mudança de regras no programa Minha Casa Minha Vida.