Rio - Familiares de policiais militares do Rio decidiram criar uma associação representativa para pleitear direitos da categoria, que não pode fazer greve. A entidade será formada por esposas e demais parentes de PMs que participaram do movimento realizado em fevereiro na porta dos batalhões e a previsão é de que já esteja formada em, no máximo, um mês e meio.
Uma comissão composta por dez mulheres está se articulando para a formação jurídica da associação. O grupo, inclusive, vem tentando agir politicamente para impedir a punição de oito policiais militares, apontados como organizadores dos protestos.
“Vamos criar a entidade para continuar na mesa de negociação com o governo e fazer a articulação política pelos militares, que além de não poderem entrar em greve, sofrem retaliações quando fazem uma reivindicação mínima”, afirmou uma das integrantes da comissão, Ana Silva, de 55 anos, que é servidora federal.
Ontem, o grupo esteve na Alerj, onde buscou ajuda de parlamentares para a interferência contra as punições a policiais. As mulheres também conseguiram se reunir no início da noite com o líder do governo, Edson Albertassi (PMDB), pedindo uma interlocução com o Executivo para tratar dessa questão.
À espera de solução
O grupo de familiares afirmou que Albertassi ouviu as reivindicações e que ficou de dar um posicionamento do governo amanhã. “A reunião foi boa. Colocamos que queríamos priorizar a questão das punições. O deputado disse que falará com o governo e que na sexta (amanhã) poderá nos dar um retorno sobre isso”, afirmou Maria.
Em busca de anistia
O grupo diz ainda que conversou com deputados de várias legendas, como Flávio Bolsonaro (PSC), Paulo Melo (PMDB), Marcelo Freixo e Paulo Ramos (ambos do Psol), e outros. “Foi conversada a possibilidade de a Alerj criar projeto de anistia administrativa aos PMs, como ocorreu com os bombeiros em 2012. E se precisar vamos ao Congresso”, conta a integrante.
Cobrança de vistoria
Familiares dos militares afirmam que as condições de trabalho são péssimas e que a associação cobrará vistoria do Legislativo, do MP-RJ e outros órgãos nos batalhões. “Queremos que o regulamento seja respeitado. As condições são insalubres e carga horária ultrapassa as horas estipuladas em alguns casos”, diz outra integrante.
Sisep recorre 1
O Sindicato dos Servidores Públicos do Município do Rio (Sisep-Rio) foi ao Supremo Tribunal Federal contra o corte de 50% do adicional de assiduidade dos guardas municipais (de R$ 200 passou para R$ 10). A entidade protocolou pedido de tutela na terça para derrubar a medida, e alega que a Guarda descumpre decisão de 2014 da Corte.
Sisep recorre 2
No pedido feito ao Supremo, o diretor jurídico do Sisep, Frederico Sanches, lembra que o ministro Luiz Fux homologou em 4/4/2014 acordo entre o sindicato, o município e a Guarda. “O novo gestor da prefeitura resolveu descumprir o acordo sem qualquer justificativa, violando a decisão judicial homologada”, pontua em um trecho.
Guarda responde
A Guarda respondeu que o corte “faz parte da redução de 50% de encargos prevista pelo Decreto Municipal 42.726/2017, por conta do quadro financeiro encontrado na Prefeitura do Rio pela atual gestão. Afirmou que não foi possível manter a integralidade do bônus, mas que o comando segue “buscando excluir o encargo do decreto”.