Por gabriela.mattos

Rio - Como estratégia contra a febre amarela, o secretário estadual de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Junior, quer antecipar a vacinação na Região Metropolitana do Rio. O secretário já solicitou ao Ministério da Saúde mais doses da vacina para que as campanhas sejam iniciadas nos próximos dias, antes da previsão inicial — que era no fim deste mês. Na capital, a imunização em massa realizada pelo município começará no dia 27 em todos os 233 postos, e, enquanto isso, 34 unidades oferecem o serviço.

Turistas de Salvador%2C Thawant Teixeira e Kelcia Nascimento visitaram Parque Nacional da Tijuca%2C sem preocupações. 'Não há registros de casos da doença na capital'Alexandre Brum / Agência O Dia

“Nosso objetivo é antecipar, no primeiro momento, para a Região Metropolitana. Estamos trabalhando para isso. Isso é uma decisão nossa independentemente do resultado de qualquer exame (sobre a espera de resultados sobre a causa da morte de macacos)”, afirmou Teixeira Junior. Agora, a secretaria aguarda posicionamento do ministério.

Além disso, a previsão da secretaria é de que até o fim do mês todos os 92 municípios do estado recebam as doses para a campanha de vacinação. Até agora, o governo fluminense ampliou a imunização para 64 cidades que ficam em áreas de bloqueio.

Parques abertos

Questionado sobre a possibilidade de fechamento do Parque Nacional da Tijuca (onde ficam pontos turísticos, como Corcovado, Parque Lage e Jardim Botânico), na capital, o secretário disse que não há essa recomendação.

Teixeira Junior pontuou que, se for necessário, as tratativas serão comandadas pela Prefeitura do Rio, mas ressaltou que não há casos de febre amarela no município.

Flávio e Adrielle%2C que levaram o filho Antony%2C de 3 meses%2C para o Parque Lage acreditam que a doença não atingirá moradores da capitalAlexandre Brum / Agência O Dia

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo Parque Nacional da Tijuca também descartou o fechamento. “Não há ainda confirmação da existência do vírus da febre amarela em circulação, em que pese a ocorrência de mortes de macacos registrada em outubro e novembro, que estão sendo investigadas”, informou.

O instituto afirmou, porém, que vai passar a orientar os visitantes na prevenção contra a doença, principalmente pela vacinação.

Pelos pontos turísticos do parque, o clima era de tranquilidade entre os visitantes no fim de semana. No Parque Lage, por exemplo, frequentadores e turistas, ainda não vacinados, lembravam a inexistência da doença na cidade.

"Não nos preocupamos porque não soubemos de casos no Rio (município)”, disse a turista de Salvador (Bahia), Kelcia Nascimento, de 24 anos. “Agora, diante das informações dos riscos, recebemos recomendação da família para passar repelente”, acrescentou ela, ao lado do namorado, Thawant Teixeira, 26. 

O militar Flávio Sobral, 26, e a esposa, Adrielle Gomes, 27, levaram o filho Antony, de 3 meses, ao parque sem preocupação. “Não acredito que chegará aqui”, disse ele. O casal mora em São Gonçalo e acredita que há mais riscos de circulação do vírus naquele município do que no Rio.

Na capital, campanha começará nos 233 postos no dia 27

O Município do Rio conta com vacinação em 34 postos de saúde e afirma que vai ampliar a distribuição de senhas a partir de hoje. Já no dia 27, a campanha se iniciará em todos as 233 unidades da rede de Atenção Primária (Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde) da capital.

A Secretaria Municipal de Saúde também informou que receberá reforço no estoque da vacina. Com isso, ao todo, o Rio receberá 1,5 milhão doses. A partir de hoje, serão 250 senhas em cada posto por dia para atender o público. Além disso, o próximo sábado será dedicado à imunização, em uma grande mobilização.

A secretaria alerta que a vacina da febre amarela tem contraindicações “muito importantes e que serão rigorosamente seguidas pelas equipes técnicas”. Não podem tomar a vacina crianças menores de 9 meses e adultos acima de 60 anos; gestantes e mulheres que estejam amamentando crianças menores de 6 meses; pacientes com doença ou em tratamento que cause imunodeficiência, como câncer ou HIV sintomático; entre outras contraindicações.

Em Casimiro de Abreu — única cidade do estado que registrou morte pela doença — a prefeitura vacinou, até sábado, 90% da população, de 42 mil habitantes. No último dia 11, o pedreiro Watila Santos, de 38 anos, morreu vítima da febre amarela. E há confirmação de um morador, Alessandro Valença Couto, de 37 anos, com o vírus. Ele está internado no Hospital dos Servidores do Estado (HSE), no Rio.

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