Por thiago.antunes

Rio - Amanhã é o dia D de vacinação contra a febre amarela na Cidade do Rio. A partir das 8h e até as 17h a imunização pode ser feita em todas as 233 unidades de Atenção Primária do município (clínicas da família e centros municipais de saúde).

Com a confirmação de mais dois pacientes ontem, subiu para cinco o número de casos de febre amarela no Estado do Rio, todos em Casimiro de Abreu, na Região dos Lagos. Outros sete casos continuam sendomonitorados no município.

Em Macaé%2C vizinha a Casimiro%2C até ontem 140.980 pessoas receberam a vacina contra a doença. É preciso apresentar comprovante de residênciaJoão Barreto / Divulgação

No Rio, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que ainda que não há registros de notificação de casos suspeitos da doença. “Como o Rio não é área de ocorrência da doença e a vacinação é preventiva, não há necessidade de correria aos postos”, enfatizou. A SMS informou ainda que não há meta específica para o Dia D. “O objetivo é vacinar todos os cidadãos do público-alvo”, destacou, em nota.

A SMS recebeu 200 mil doses para este sábado e segunda-feira. O Ministério da Saúde prometeu 1,5 milhão de doses da vacina para o município. As doses vêm sendo aplicadas apenas em 34 unidades, com prioridade para pessoas que viajariam para áreas de risco, critério mantido hoje. Pelo menos 130 mil pessoas já foram vacinadas este ano.

A partir de segunda, a vacina entra na rotina de imunização dos postos. O funcionamento é das 8h às 17h nos dias úteis e das 8h às 12h aos sábados. O endereço está em prefeitura.rio/web/sms/onde-ser-atendido.

Paciente internado

Jairo Bochorny, de 68 anos, internado no Instituto de Infectologia São Sebastião, do Hospital dos Servidores do Estado (HSE), e Pedro de Oliveira Santos, que já está em casa, em Córrego da Luz, na zona rural de Casimiro. Ainda há sete casos de moradores do município sendo investigados pelo laboratório Noel Nutels, o Lacen, no Rio.

Segundo a equipe médica do HSE, o estado de saúde de Jairo, conhecido como Guila, é estável. Segundo sua família, ele costuma frequentar a região serrana do município. No entanto, não tem parentesco com nenhum outro paciente com diagnóstico confirmado ou com as outras pessoas sob suspeita.

Pedro é tio de Watila Santos, pedreiro que morreu no dia 11, e irmão de Joaquim de Oliveira Santos, 45, o terceiro confirmado com o vírus da febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informou que Pedro não apresentou mais sintomas de febre amarela e está sendo monitorado pelos médicos do Hospital Municipal Ângela Maria Simões. Ele não precisa ser internado e os exames não apresentaram outras alterações de saúde.

Joaquim e Alessandro Valença Couto, 37, já receberam alta. O secretário de Saúde de Casimiro, Ibson Júnior, acompanha os casos de perto e já solicitou ao governo do estado mais vacinas para a cidade. Até agora, foram imunizadas 40 mil pessoas, cerca de 95% da população de 42 mil pessoas. Segundo a secretaria, a taxa de vacinação na zona rural do município já é de 100%. 

Notificação deve ser mais rigorosa

Questionada, a Secretaria estadual de Saúde não informa quantos casos suspeitos de febre amarela estão sendo monitorados no estado. Em nota, diz apenas que “os casos foram informados ao Ministério da Saúde para inserção nos informes epidemiológicos nacionais”. Em todo o país, são 1.561 casos suspeitos, sendo que 850 permanecem em investigação e 263 foram descartados. Foram 144 mortes já confirmadas.

A Secretaria já havia ampliado os critérios para detecção precoce de possíveis casos de febre amarela, em nota técnica enviada aos 92 municípios fluminenses. A notificação deve ser imediata em casos de indivíduos com quadro febril agudo (até 7 dias) de início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas.

Já nas cidades com evidência da circulação do vírus (caso de Casimiro) e municípios vizinhos, devem ser imediatamente notificados os casos de indivíduos residentes e procedentes, em até 15 dias, de áreas afetadas ou ampliadas que apresentem quadro febril agudo, de até 7 dias, acompanhado de dois ou mais desses sinais: dor de cabeça, dor muscular, dores nas articulações, vômitos, dores abdominais e icterícia (pele, olhos, mucosas e/ou fluidos amarelados) ou hemorragias.

Toda a população de 9 meses a 59 anos de idade deve ser imunizada no estado. Para quem já recebeu a primeira dose, o período de cobertura é de 10 anos; quem tomou duas doses tem proteção garantida durante toda a vida. A vacina não é recomendada a gestantes, idosos, menores de 9 meses e alérgicos a componentes da vacina e a ovo e derivados, além de pacientes imunodeprimidos.

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