Por gabriela.mattos

Rio - Com uma vitória por 2 a 0 sobre a Pontifícia Universidade Gregoriana, em partida realizada neste sábado, em Roma, o Colégio Urbano sagrou-se campeão da na 11ª edição da inusitada Clericus Cup, a Copa do Mundo dos Sacerdotes Católicos, ou Campeonato Mundial Pontifício, como também é conhecida a competição. Os gols foram marcados pelos religiosos Ssekate e Mbah, um em cada tempo de jogo. A disputa reuniu, ao longo de dois meses, 404 padres de 66 nacionalidades e 18 times.

Padre Carlos Gomes levou o troféu de Melhor Goleiro da Copa Mundial dos Sacerdotes 2017Divulgação

Embora o Brasil, representado pelo Colégio Pio Brasileiro — formado por sacerdotes e seminaristas que estudam em Roma —, tenha feito uma boa participação, foi eliminado nas quartas de final, ao perder por 3 a 0 para a Universidade Gregoriana.

Mas, no melhor estilo “vão em paz e o Senhor vos acompanhe”, pelo menos dois padres brasileiros, porém, roubaram a cena, e foram parar também no altar, ou melhor, no pódio, diga-se, dos destaques da copa. O primeiro foi o meio campista padre Neimar, de 34 anos, que chamou a atenção da imprensa católica mundial por ser o capitão da equipe e, claro, xará do atacante Neymar. O segundo foi o goleiro da Seleção, padre Carlos Gomes, de 37 anos, eleito o melhor arqueiro da Clericus Cup.

“Foi uma experiência maravilhosa. A competição exaltou ainda mais nossos sentimentos de coletividade, irmandade e fraternidade”, resumiu padre Neimar ao DIA, pelo Whatsapp. Durante o campeonato, o homônimo de Neymar, mas com i, foi um dos mais assediados pelos jornalistas.

Já padre Carlos, se disse feliz com o reconhecimento, em entrevista para repórteres em Roma, lembrando que antes de optar pelo celibato, vestiu, de verdade, a camisa número 1 do Goiás, pela Série B do Campeonato Brasileiro. "Há 20 anos, quase me transferi para a Itália, para jogar no Cagliari. Mas, na época, não passei nos exames médicos por causa de uma arritmia", confessou Carlos.

Outro padre brasileiro que se destacou nas partidas foi Leandro Nunes Teixeira, de 35 anos, pároco de Volta Redonda, no Sul Fluminense. Padre Leandro é torcedor fanático do Flamengo e atuou no time como lateral direito. Graças à uma bola que ele tirou em cima da linha, num dos primeiros jogos, por exemplo, os “batinas amarelas”, como ficaram conhecidos, puderam ir mais além na disputa.

Padre Neimar%2C à direita do goleiro Carlos%2C foi um dos mais entrevistados%2C por ser homônimo do craque NeymarDivulgação

Por conta dos compromissos eclesiásticos, o Papa Francisco, que é apaixonado por futebol, não pôde ver a final, tida pelos jornalistas italianos como a melhor do certame. Mas na arquibancada, ele foi representado à altura pelo cardeal Giuseppe Versaldi, prefeito da Congregação para a Educação Católica e Grão-Chanceler da Universidade; além de Vincenzo Viva, reitor do Colégio Urbano; Gonçalves Nuno da Silva, reitor da Gregoriana, e dom Aléssio Albertini, assessor eclesiástico nacional do CIS (Centro Esportivo Italiano).

?A Copa

Na Clericus Cup, as regras foram um pouco diferentes do futebol convencional. O tempo para cada lado foi de 30 minutos e não 45. E havia apenas um cartão, de cor azul, que, diante de alguma indisciplina, digamos, menos religiosa, botava o faltoso para “pensar e se arrepender do que fez” por pelo menos oito minutos, fora das quatro linhas. "Xingar a mãe do juiz, nem pensar. Pecado mortal", brincavam os padres brasileiros, antes das partidas, às gargalhadas. Quem quiser conhecer o histórico da competição, é só acessar o site www.clericuscup.it.

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