Por thiago.antunes

Rio - Após os contratos temporários de médicos de diversos setores do Hospital Federal do Andaraí (HFA) não serem renovados, 28 chefes de setores da unidade pediram para sair de seus cargos de chefia, por não terem praticamente médicos para chefiar. Além do esvaziamento da unidade, a falta de insumos para trabalhar e problemas com a direção da unidade também motivaram a debandada.

Segundos profissionais do hospital, é fundamental consultá-los antes de implantar mudanças na casa, o que não foi feito. A instalação do ponto eletrônico, por exemplo, é uma das novidades mais questionadas pelos trabalhadores.

Hospital Federal do AndaraíDivulgação

“Estamos aqui há anos, sabemos como tudo funciona. Não da para impor regras sem saber o nosso dia a dia. Hoje os concursados, que continuam no hospital, estão sobrecarregados sem renovar os contratos dos outros médicos”, disse uma funcionária que não se identificou.

Sem saber o motivo do adiamento da cirurgia de sua sobrinha, Sandra (evitou dizer o sobrenome), de 61 anos, ficou angustiada. “Eles não informam nada. Será que não tem médico para operar? Amanhã eu volto para tentar mais notícias”, questionou.

No entanto, o Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio (DGH) informou que nenhum pedido de entrega de cargo das chefias dos serviços médicos do HFA foi devidamente formalizado. Sobre os atendimentos à população, garantem que a mudança nas chefias não vai comprometer os serviços à população.

Funcionários denunciam que contratatos temporários não estão sendo renovados, o departamento esclarece que isso faz parte de um processo de reestruturação que o hospital passa, junto às outras cinco unidade federais no Rio. Para isso o DGH diz que já começou o processo de especialização das seis unidades, com a consultoria do hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. A ideia, segundo o DGH, é redefinir os perfis assistenciais das unidades federais e otimizar serviços.

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