Por thiago.antunes

Rio - Rogério Lisboa , prefeito de Nova Iguaçu, disse que encontrou uma cidade completamente destruída. Servidores com salários atrasados, postos de saúde fechados e estagnação econômica. Passados cinco meses, arrumou a casa e promete revolucionar a capital da Baixada.

'Vamos criar um Distrito Industrial'%2C diz Rogério Lisboa%2C prefeito de Nova IguaçuAlexandre Brum / Agência O Dia

O DIA: Quando assumiu a prefeitura de Nova Iguaçu, que cidade o senhor encontrou?

Lisboa: Uma cidade completamente destruída. Os funcionários com três meses de salário atrasado; postos de saúde, fechados; uma cidade esvaziada economicamente e a população sem esperança. Para conquistar a credibilidade do servidor público, a gente levou praticamente janeiro inteiro. Botar o salário em dia era a prioridade número 1. Sem isso, a gente não resolvia mais nada. Começamos pagando antecipado os salários correntes, para dar um pouco de fôlego ao servidor, e programamos o pagamento dos atrasados em seis vezes.

Como o senhor conseguiu regularizar o pagamento dos servidores e porque o antecessor não pagou os funcionários?

Ele (ex-prefeito Nelson Bornier) optou por pagar fornecedor. Não faltava dinheiro, faltava ajuste nas contas.

Qual a diferença entre as administrações?

Primeiro, sou muito aberto ao diálogo. Depois, a preocupação com o ajuste fiscal, porque se você bobeia gasta mais do que pode. Nova Iguaçu é muito grande, tem muito problema. A cada hora aparece uma coisa para cuidar. Mas, a gente tem sido muito duro e, às vezes, correndo o risco de ser mal avaliado. Porém, não perde o controle das receitas, sem deixar o mínimo necessário de manutenção da cidade, se não o município se acaba em buraco, apaga todas as luzes.

Mas, qual a receita para melhorar as finanças?

Criamos o Conselho de Desenvolvimento Sustentável, com a participação das instituições que representam indústria e comércio. Vamos criar o Distrito Industrial de Nova Iguaçu, bem ao lado do de Queimados. Lá já tem gás, água, energia. Não vou precisar de nada disso e vou exigir do governador uma tributação especial de 2% e não de 18% de ICMS, como a gente paga hoje. A meta é criar um ambiente para que a cidade se desenvolva. Temos que pensar na segurança, mobilidade, ordem (a desordem acaba afastando o consumidor) e comunicação. São esses quatro pilares que vamos debater intensamente para construir esse ambiente.

A Saúde é uma área muito sensível à população. O que tem feito para cuidar dos iguaçuanos?

Estamos reabrindo as cinco unidades de saúde 24 horas que encontramos fechadas. Já botamos duas para funcionar. Em junho, vamos reabrir mais duas e até agosto, a última. E reabrindo com perfil ampliado: com ortopedista, raio-X, exames, como ultrassonografia e com dentistas atendendo dia e noite. Vamos ampliar o atendimento básico e, com isso, desafogar o Hospital da Posse.

O Hospital da Posse é um presente de grego do Governo Federal?

A arrecadação da cidade é muito aquém do que precisa e a gente acaba arcando com um custo que não deveria ser nosso. O Governo do Estado, por convênio, nos deve quase 40 milhões. Tem que passar um milhão e meio por mês e este ano ainda não passou nada. A União é uma discussão, porque tem um contrato de cessão conosco, repassa R$6,5 milhões por mês. Só que o hospital custa 19 milhões!

A segurança é outra preocupação. Como trazer a paz para a cidade?

Não dá para depender do do Estado nessa questão. O problema não é falta de policial. A política que é equivocada e os policiais mal distribuídos. Nas áreas de UPP da capital tem mais policial por habitante do que na Baixada. Vamos criar a guarda municipal e a escola da Segurança Pública, para treinar os servidores e a população a identificar crimes como violência doméstica. Vamos fazer imediatamente o concurso para 300 guardas. A Guarda não será armada. A cidade precisa ser reconstruída. A cada dia a gente bota um tijolinho de voltano lugar .

Você pode gostar