Por tabata.uchoa

Rio - Nem só de casarões e construções históricas se resume o patrimônio cultural do Rio. Árvores centenárias também fazem parte do acervo. São baobás, palmeiras imperiais e figueiras espalhadas por toda a cidade e que, muitas vezes, passam despercebidas. Para despertar a curiosidade por tais espécies, a prefeitura reuniu parte da flora carioca na plataforma goo.gl/5Elskz. O objetivo é inibir o vandalismo e conscientizar as pessoas da importância desses bens — a iniciativa faz parte das ações comemorativas da semana do meio ambiente, que começa hoje.

No Aterro do Flamengo%2C a diversidade da flora é um dos atrativosDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A plataforma mostra, por exemplo, informações como a espécie, os nomes comum e científico, o tipo de proteção e a localização geográfica das árvores. Segundo o secretário Municipal de Conservação e Meio Ambiente, Rubens Teixeira, a ideia é ampliar esses dados. “Nossa intenção é aperfeiçoar o mecanismo para disponibilizar mais conteúdo sobre as espécies”, adianta Teixeira.

Além de trazer ao conhecimento público a existência dessas espécies preservadas, o engenheiro florestal, Luiz Octavio Pedreira ressalta que qualquer pessoa poderá também solicitar o tombamento ou a proteção de uma árvore. “A figueira da Rua Faro, no Jardim Botânico, foi tombada por iniciativa de associação de moradores”, lembra ele, que participou da construção da ferramenta.

Silvia Vallim defende com unhas e dentes o assacu de CopacabanaCleber Mendes

A imunidade de corte é definida pelo antigo Código Florestal desde o Decreto Federal nº 23.793/1934 e também por sua recente substituição, a Lei Federal nº 12.651/2012, a Lei de Proteção da Vegetação Nativa. Ela estabelece, em seu artigo 70, inciso II, que o poder público federal, estadual ou municipal poderá declarar qualquer árvore imune de corte por motivos como localização, raridade, beleza ou condição de porta-sementes.

PRESENÇA ILUSTRE
Moradora de Copacabana há 50 anos, Silvia Vallim defende com unhas e dentes a permanência do assacu da Rua Pompeu Loureiro. De origem amazônica, a árvore quase foi retirada do local após denúncia de que estaria com risco de queda. “Minha família está no endereço há cinco gerações. Antes de construírem o prédio, o assacu fazia parte do jardim da casa, que o dono vendeu e doou para que fosse preservada. Para condenar uma árvore centenária dessa é preciso pelo menos um laudo científico que comprove tal necessidade”, argumenta Silvia Vallim.

O assacu de Copacabana é tão querido que há quatro anos, todo 3 de março, tem festa só para ele. É que em 2013, moradores e defensores do assacu conseguiram, por meio de uma liminar, que a árvore não fosse cortada. “Fizemos um movimento de abraço ao assacu, que ganhou até um samba”, lembra Silvia Vallim. 

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