Rio - A Firjan quer que a Prefeitura do Rio reveja as regras do transporte de cargas. Estudo enviado à CET-Rio defende a necessidade de aumento de 2% do poligno que restringe o tráfego de caminhões, em uma área de 200 km² do Centro e das zonas Norte e Oeste. A circulação de veículos de cargas hoje é proibida das 6h às 11h e das 17h às 21h dentro do poligno, que concentra 50 mil estabelecimentos. O acréscimo seria de 4 km².
“Conseguiríamos criar restrição de veículos grandes em zonas de acesso a grandes vias troncais. A ideia é dar maior fluidez, como se fizesse uma cirurgia para desentupir a veia coronária”, diz Riley Rodrigues, gerente de estudos de infraestrutura da Firjan. Segundo a entidade, reduzir o impacto do transporte de cargas é fundamental tanto para reduzir os congestionamentos quanto para a economia, diminuindo as dificuldades logísticas e custos dos estabelecimentos.
Outra sugestão é a adoção de um “relógio de distribuição”, que definiria o tamanho dos veículos e os horários mais adequados para sua movimentação, conforme os tipos de estabelecimentos. A proposta é que veículos de grande porte possam circular das 21h às 6h.
Nesse caso, estabelecimentos como shoppings, supermercados, lojas de departamento e postos de combustíveis, que têm áreas internas adequadas, teriam de adotar o horário noturno para recepção e expedição de cargas.
Veículos médios teriam autorização, além das 21h às 6h, no período das 10h às 16h, quando o fluxo de tráfego é menos intenso. Já veículos pequenos poderiam transitar 24 horas, devido ao pequeno impacto no trânsito.
Pólos sem restrições
A proposta também pede que a prefeitura suspenda a restrição imposta aos polos industriais localizados fora das regiões de maior carregamento de tráfego, como as áreas industriais da Pavuna e o polo de Jacarepaguá e seus acessos.
A Firjan justifica que os estas áreas industriais registram movimentação contínua de cargas e, por isso, qualquer restrição implicaria em aumento de custos. Reportagem do DIA publicada em abril mostrou que, sem fiscalização, as operações de carga e descarga irregulares atrapalham o já bastante lento trânsito do Rio.
A Secretaria Municipal de Transportes e a CET-Rio informaram que tomaram conhecimento do estudo e que estão à disposição da Firjan para apresentação das propostas ao corpo técnico e realização de análise conjunta quanto à sua viabilidade e benefícios ao tráfego.