Por nadedja.calado
Carros blindados da polícia foram vistos na comunidadeWhatsApp O DIA

Rio - Um incêndio atingiu o CIEP (Centro Integrado de Educação Pública) Presidente Samora Machel, na Favela Nova Holanda do Complexo da Maré, Zona Norte do Rio, na tarde desta segunda-feira. Bombeiros dos quartéis de Ramos e do Caju foram acionados por volta das 14h30 e estão no local combatendo as chamas. Ninguém se feriu. Os pais foram chamados para buscar as 400 crianças no colégio, que foram levadas para o vizinho CIEP Elis Regina. 

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação informou que o fogo começou por volta das 14h na sala de informática da escola, onde havia equipamentos e instrumentos musicais. A nota diz ainda que o fogo foi controlado por moradores antes mesmo da chegada dos bombeiros ao local. 

Uma professora do Espaço de Desenvolvimento Infantil Azoilda Trindade, também na Maré, foi atingida de raspão por um tiro dentro da escola. Ela e outros professores tentavam proteger os alunos das balas perdidas durante o confronto. Cerca de 30 crianças, de até 5 anos de idade, estavam na escola e ficaram deitadas durante o tiroteio. Além dos alunos, 14 professores e 24 outros funcionários estavam no local. 

Em nota, a Polícia Civil informou que o confronto foi devido a uma operação do Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), Drfc (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) e Dcod (Delegacia de Combate às Drogas), para verificar uma denúncia de que haveria vários traficantes reunidos em uma casa na Favela Nova Holanda. Eles foram recebidos a tiros e tentaram sair da zona de confronto.

Depois disso, os policiais teriam sido atacados mais uma vez na região da Favela Baixa do Sapateiro, cuja facção dominante é rival da facção da Favela Nova Holanda. Um suspeito de gerenciar o tráfico do local, conhecido como "90", foi baleado e socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Com ele, a polícia apreendeu uma pistola, munições, drogas e um rádio transmissor. Na ação também foram apreendidos 10kg de maconha e materiais para a preparação de drogas.

Pais de alunos de escolas vizinhas também foram buscar seus filhos devido a um forte tiroteio. Segundo relatos de moradores, o confronto começou por volta das 15h. Uma moradora, que preferiu não se identificar, relatou momentos de desespero ao tentar buscar o irmão menor em outra escola, proxima à que pegou fogo: "Fui buscar meu irmão e ele não estava na escola. Revirei a escola toda, a diretora e os responsáveis não sabiam onde ele estava". A criança foi encontrada sozinha, tentando voltar para casa: "Meu irmão, uma criança, no meio do tiroteio. Eu assinei um papel, ele não tinha permissão para sair", lamentou. 

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