Por adriano.araujo

Rio - Um grupo de LGBTs acusa seguranças que estavam na chopada de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no Monte Líbano, no Leblon, na Zona Sul, de agressão na apresentação da drag queen Pabllo Vittar, no último sábado. A festa, que tinha a finalidade de ser inclusiva para gays, lésbicas, travestis e transexuais, acabou em pancadaria quando alguns tentaram subir ao palco, o que já estava programado, segundo algumas pessoas que estavam presentes no show.

Segundo relatos, pelo menos cinco pessoas foram agredidas com socos, pontapés e esmagados por grades. “Mesmo sendo uma festa que prometia ser inclusiva, o grupo foi agredido pelos seguranças que deveriam cuidar do bem-estar de todos” explica a advogada Maria Eduarda Aguiar do grupo Pela Vidda, que representa as vítimas.

A festa "A maior do baile - Medicina UFRJ" convidou integrantes do coletivo Casa Nem e eles estavam em uma área vip, em frente ao palco. Quando tentaram subir durante a apresentação, começaram as agressões. As vítimas deram entrada nos hospitais Miguel Couto, na Gávea, e Souza Aguiar, no Centro, e foram liberadas.

"Um dos seguranças contratado para festa, chegou por trás e saiu me arrastando festa a fora numa espécie de mata leão. Por mais que eu pedisse para que ele deixasse eu respirar ou ao menos andar, já que estava sendo arrastado, ele não ouvia e assim seguiu escadaria a baixo. Me jogou no lado de fora e ainda me chutou na altura dos peitos", diz um dos agredidos.

Chopada da Medicina da UFRJ%2C com show da drag Pabllo Vittar%2C acabou em agressões contra LGBTsDivulgação

A Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS Rio), da Prefeitura do Rio, disse que recebeu diversas denúncias sobre casos de agressões na festa e está acompanhando o caso. 

Apesar das vítimas das agressões afirmarem que o caso tem cunho homofóbico, a 14ª DP (Leblon) registrou o caso como lesão corporal. Foram solicitadas imagens das câmeras de segurança do clube para tentar identificar os agressores, assim como a lista de presentes ao evento. Os seguranças do local serão ouvidos na delegacia.

As vítimas vão se reunir na tarde desta terça-feira com o Coordenador Especial da Diversidade Sexual do município, Nélio Geogini, o Coordenador do Rio Sem Homofobia, Fabiano Abreu, e a advogada Maria Eduarda Aguiar no Palácio da Cidade, em Botafogo. "Vamos cobrar e acompanhar uma apuração rígida do caso e que os culpados sejam punidos" afirma Nélio.

Segundo relatos nas redes sociais de pessoas que estavam presentes no evento, a drag Pabllo Vittar não se manifestou durante as agressões e continuo o show. "LGBTS sendo espancados e Pabllo continua o show como se nada tivesse acontecendo", contou.

O Clube Monte Líbano disse que apenas aluga o espaço e que a organizadora do evento é a responsável pela contratação da segurança da festa. O estabelecimento disse que colaborará com as investigações e vai disponibilizar as câmeas do espaço.

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