Por karilayn.areias

Rio - O número de policiais militares e bombeiros denunciados à Justiça por crimes militares neste ano já supera em 41% o total do ano passado. Em 2016, foram 146 denúncias e, até julho deste ano, já são 206 casos. O levantamento feito junto ao Tribunal de Justiça mostra que o volume de denúncias alcançado em abril, referente aos crimes de corrupção passiva, extorsão e roubo deste ano já se igualava ao registrado ao longo de todo o ano passado.

A PRF apreendeu%2C na segunda%2C 3.500 peças de munição com policial militar na Presidente Dutra Divulgação

Um dos fatores para o aumento de denúncias, de acordo com a PM, é a maior atuação da corregedoria da corporação, que foi reestruturada pelo atual comando. Os principais crimes militares são relativos à prática de corrupção ativa, corrupção passiva, extorsão, extorsão mediante sequestro, roubo e roubo qualificado.

A corregedoria atuou na investigação e na prisão de 96 PMs que sequestravam traficantes em São Gonçalo. Apesar do grande número de prisões, alguns agentes do batalhão continuaram a praticar o mesmo crime. No dia 26, o policial Rodrigo Rosa e um comparsa exigiram R$ 30 mil de suposto traficante para não o levar a delegacia. A corregedoria prendeu o PM em flagrante.

Entre os crimes militares há outras denúncias, como dormir em serviço. Foi o que ocorreu no dia 17, quando quatro policiais militares do batalhão de Bangu foram presos em flagrante, enquanto dormiam dentro das viaturas, em uma rua de Realengo. De acordo com o promotor da Auditoria Militar, Paulo Roberto Mello, o número de denúncias tende a aumentar."Há uma média de abertura de 30 inquéritos por mês", declarou. 

PM foi baleado durante uma tentativa de assalto 

O cabo PM Fernando Pereira da Silva foi baleado ontem no rosto durante uma tentativa de assalto em São Gonçalo.

Também ontem, o policial militar Bruno César Macedo de Jesus foi transferido da Polícia Federal para o batalhão prisional da PM. Ele foi flagrado com 3.500 peças de munição de 9mm na Rodovia Presidente Dutra.

Para o especialista em segurança Vinícius Cavalcante, as leis deveriam ser mais severas para policias que trabalham para o tráfico. "Esses têm responsabilidade direta por aqueles que morrem e são baleados em assaltos. Ainda mais na atual conjuntura, com policiais sendo mortos por motivos banais, a lei deveria ser o pelotão de fuzilamento".

 

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