Rio - Com discurso focado na área da Segurança, a deputada estadual Martha Rocha (PDT) é cotada para disputar o governo do estado no ano que vem. O nome da ex-chefe de Polícia Civil ganhou força depois que pesquisa do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social a colocou na liderança das intenções de voto para o Senado. Em seu primeiro mandato, Martha, que já tinha tentado se eleger pelo PSB, apareceu à frente de nomes como Marcelo Freixo (Psol) e Carlos Bolsonaro (PSC). Ao Informe, que a partir de hoje publicará entrevistas às segundas-feiras, ela também afirmou que Lula não deveria se candidatar à Presidência: "O PT tem que entender que existe outra força que pode ser mais viável e que representa bem a esquerda."
O DIA: Você almeja se candidatar ao Palácio Guanabara em 2018?
Martha Rocha: Estou olhando para essas questões, tanto Senado quanto governo, como espectadora. Para o governo, o PDT tem uma conversa com o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PV). Ele sendo candidato, virá para o PDT. Se assim for, farei campanha para ele. Neste momento, estou trabalhando como deputada e deixando o futuro chegar.
A crise na Segurança é hoje o principal problema do estado. Seria um trunfo seu, ex-chefe da Polícia Civil, no caso de uma candidatura?
Temos a polícia que mais morre, com 102 policiais mortos, e, lamentavelmente, a que mais mata. Temos a questão do não respeito ao trabalho policial. Afinal, estão sem décimo terceiro e sem gratificações. Acho que a minha experiência como policial pode efetivamente contribuir para entender melhor esse cenário. Precisamos investir mais no setor de inteligência.
Qual o erro do governo na Segurança?
O principal erro foi vincular o sucesso da Segurança em um único projeto, que foi o das UPPs. O sucesso desse projeto estava sedimentado apenas na participação de uma instituição (a Polícia Militar). Por outro lado, a Secretaria de Segurança custou a admitir que houve migração da criminalidade para outras regiões e custou a admitir que o próprio projeto das UPPs não ia bem.
Indio da Costa, presidente estadual do PSD, convidou você para voltar ao partido. E aí?
Tenho o maior respeito pelo Indio, fui muito bem tratada no PSD. Mas a minha história política é na esquerda. Eu fico no PDT.
Falando em esquerda, o PDT pretende lançar Ciro Gomes à Presidência. Caso Lula (PT) possa se candidatar, haverá divisão de votos...
Com todo respeito ao (ex-)presidente Lula, está na hora de o PT entender que existe uma outra força que pode ser mais viável.