Por gabriela.mattos

Rio - O radialista Cristiano Santos assumiu o programa de Anthony Garotinho após a prisão do ex-governador na manhã desta quarta-feira. No entanto, o profissional surpreendeu os ouvintes ao se desculpar dizendo que Garotinho deixou a Rádio Tupi repentinamente por um "problema na voz".

"A vinheta não entrou errada não. Estou de volta para fazer companhia a você. Nosso Garotinho até tentou fazer o programa hoje, mas a voz foi embora. A orientação médica é que ele pare de falar agora. Amanhã ele vai estar aqui, se Deus quiser. Pode voltar quando ficar bom, que eu cuido do programa com carinho", afirmou ao vivo. Procurada, nenhum representante da Rádio Tupi foi encontrado para comentar o assunto.

Garotinho foi preso enquanto apresentava seu programa diário, na Rádio Tupi, em São Cristóvão, por volta as 10h30 desta quarta-feira. Ele foi levado por policiais federais para Campos dos Goytacazes, onde cumprirá prisão domiciliar. Ex-garotinho só poderá manter contato com a esposa, pais, filhos e advogado.

Garotinho foi presoDivulgação

No dia 11 de novembro do ano passado, ele já havia sido preso suspeito de envolvimento em um esquema de compra de votos. Segundo a polícia, uma associação criminosa foi montada para fraudar as últimas eleições no município de Campos, em que foi eleita a ex-governadora Rosinha Matheus.

À época, ele foi levado para a superintendência da Polícia Federal no Rio, na Praça Mauá. O primeiro mandado de prisão preventiva foi expedido pelo juiz Glaucenir Silva de Oliveira, na Operação Chequinho da Polícia Federal, que investiga o uso eleitoral do programa "Cheque Cidadão".

Em nota, a defesa de Garotinho repudiou "os motivos apresentados para a prisão do ex-governador e entende que a decisão de mantê-lo preso em casa, em Campos, tem a intenção de privá-lo de seu trabalho na Rádio Tupi e em seus canais digitais e, com isso, evitar que ele continue denunciando políticos criminosos importantes, alguns deles que já foram até presos".

A defesa negou ainda as acusações contra ele e informou "que ele nunca nem foi acusado de roubo ou corrupção. O processo fala de suspeitas infundadas de compra de votos, o que por si só não justifica prisão".

"A prisão domiciliar, além de não ter base legal, causa danos à sua família já que o impede de exercer sua profissão de radialista e sustentar sua família", completou a defesa, acrescentando que o ex-governador irá recorrer da decisão.

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