Por thiago.antunes

Rio - Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) já não é mais o aliado de outrora do presidente da República Michel Temer (PMDB). O distanciamento entre ambos faz com que muitos no Congresso já cogitem o afastamento do peemedebista do poder.

"Na votação que livrou o Temer da primeira denúncia, o Rodrigo conseguiu, em cima da hora, mudar votos de deputados para favorecer o Temer. Desta vez, não digo que ele vá articular contra o presidente, mas certamente não vai articular a favor", diz um aliado de Maia.

Fatores

Eis alguns dos motivos para o atrito entre Maia e Temer. Primeiro, o assédio do PMDB sobre deputados até então cobiçados pelo DEM. Segundo, a quantidade de medidas provisórias enviadas pelo governo federal à Câmara como elas travam a pauta da Casa, sempre há desgaste com parlamentares. Terceiro ponto: a crítica de Eduardo Carnelós, advogado de Temer, sobre a Câmara ter divulgado vídeos da delação do doleiro Lúcio Funaro.

Comemorado

O desastroso movimento do advogado de Temer serviu para aumentar o distanciamento de Maia e foi comemorado pela ala que quer o impeachment do presidente da República.

Interferência em 2018

De olho na possível queda de Temer, já tem político no Rio aventando mudanças no tabuleiro eleitoral em 2018. Caso Maia venha a assumir a Presidência, seu pai, o vereador Cesar Maia (DEM), não poderá concorrer ao governo estadual, como hoje pretende, nem ao Senado.

Paes agradece

Isso porque, com objetivo de evitar o uso da máquina pública para fim eleitoreiro, a lei prevê que parentes de chefes do poder Executivo não podem se candidatar para cargos eletivos salvo os que já exerciam. Ou seja, Cesar Maia poderia, no máximo, reeleger-se vereador.

Outra opinião

Um deputado federal da base de Temer reconhece que ele perderá votos em relação à primeira denúncia, mas acredita que o presidente conseguirá barrar a investigação. "O problema é a fragilidade do governo que a votação pode expor".

Guerra na Saúde

Nas internas, Organizações Sociais com contratos na área da Saúde planejam greve. Alegam atraso nos pagamentos por parte da prefeitura. Nos bastidores, comenta-se que recente investida do vereador governista Carlos Eduardo (SD) que aprovou lei restringindo a atuação de OSs, como o Informe noticiou entornou o caldo de vez. Uma das mais irritadas com a medida seria a Iabas, que administra o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, além de três Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

Metade do tempo

Cesar Maia conseguiu aprovar ontem, na Câmara, projeto que reduz para 30 dias o prazo para que a prefeitura responda a requerimentos de informação.

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