Por thiago.antunes

Rio - Diante da grave crise humanitária e econômica na Venezuela, que já provocou o fluxo de milhares de cidadãos daquele país para o Brasil, os cariocas se mostraram solidários. Nesta quarta-feira foi despachada para Roraima, na Região Note, através da Azul Linhas Aéreas, parte das quase duas toneladas de donativos recolhidas em dez postos voluntários de arrecadação, espalhados pelo Rio, Niterói e São Gonçalo.

Nesta quinta-feira, será enviada a última remessa, com donativos coletados em dois colégios de São Gonçalo, na Região Metropolitana, e que serão entregues por dois alunos à representantes da comunidade venezuelana no Rio, que idealizou a campanha, com apoio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Política para Mulheres e Idosos (SEDHMI).

Produtos foram recolhidos por voluntários em dez potos de arrecadaçãoCristina Lizana / Divulgação

As doações, cuja última remessa seguirá nesta quinta-feira, estão sendo enviadas para Roraima, estado que só no primeiro semestre deste ano, abrigou cerca de 6.000 pedidos de refúgios – 3,5 mil a mais que ano passado. O material será entregue para um abrigo da capital e também na cidade de Pacaraima (cidade brasileira que faz fronteira com a Venezuela), onde serão distribuídos aos refugiados.

A parceria para o envio de graça pela Azul, em quatro voos, foi feita através da SEDHMI. De acordo com a coordenadora da campanha, a Venezuelana Cristina Lizana, a campanha superou as expectativas. “Estamos sem palavras para agradecer tanta solidariedade. Esse material vai chegar na hora certa para as famílias, e suprir suas necessidades básicas, pelo menos por algum tempo”, justificou. “A população do Rio de Janeiro se sensibilizou e mostrou mais uma vez o quanto é solidária”, reafirmou o secretário de Direitos Humanos, Átila Alexandre Nunes.

Parte dos donativos foi despachado neste quarta-feira em voo da empresa AzulCristina Lizana / Divulgação

A maior parte dessas famílias, segundo Cristina, chega sem condições econômicas mínimas para se manter. Elas acabam gerando problemas de salubridade. A prefeitura de Boa Vista e ONGs locais com o propósito de ajudar os refugiados, habilitou centros de atenção para os refugiados, onde recebem abrigo e alimentos, que muitas vezes não são suficientes para tanta gente.

Os venezuelanos residentes no Rio receberam os donativos e fizeram uma triagem do material. Juntos, servidores do estado e refugiados, são responsáveis pela logística e envio dos mantimentos para o Norte do país. Ao chegar a Roraima os donativos serão recebidos por refugiados e servidores que levarão as mercadorias para os abrigos e locais de distribuição.

Hoje, no Rio de Janeiro, vivem cerca de 1.200 venezuelanos, entre refugiados e migrantes. Neste ano, até outubro Roraima registrou são 12 mil pedidos de refúgio.

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