Por thiago.antunes

Rio - Deputados que votaram pela soltura dos peemedebistas Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi levarão uma proposta ao trio: que apresentem voluntariamente um pedido de afastamento de suas funções parlamentares. "Vai ser melhor para eles mesmos, para a sociedade e para a Assembleia Legislativa. Dessa forma, poderão se dedicar às suas defesas e mostrar à Justiça que não usarão o cargo para se blindar", diz um aliado de Picciani.

"Ao menos por enquanto, não tem como os três frequentarem a Casa. O clima ficaria péssimo. A gente se expôs. Agora é a vez de eles preservarem a gente", diz outro integrante do grupo de 39 deputados que votaram pela revogação da prisão.

Prazo

O afastamento temporário do trio é consenso entre a maioria que votou pela revogação da prisão, mas o tempo que os investigados deveriam ficar fora da Alerj ainda é motivo de discussão. Há quem defenda uma licença de 121 dias desta forma, os suplentes assumiriam o mandato, como manda o regimento quando o afastamento é superior a quatro meses. Outros sustentam que o prazo de um mês seria suficiente.

Na dúvida...

Filho de Picciani, o deputado Rafael Picciani (PMDB) se absteve na votação. Como a Procuradoria da Alerj não deixou claro se, por ser filho de um dos investigados, haveria impeditivo para votar, Rafael preferiu não arriscar.

Aliás

Durante a reunião da Comissão de Constituição e Justiça, Rafael se disse decepcionado com o deputado Luiz Paulo (PSDB), que votou pela manutenção da prisão. À Coluna, justificou: "É um dos deputados que mais respeito, mas caiu em contradição. Primeiro porque o partido dele passou por situação ainda mais grave no Senado, com nove inquéritos (envolvendo Aécio Neves). Segundo porque, na própria Alerj, o Luiz Paulo foi relator do parecer que manteve o Álvaro Lins em liberdade em 2008. Hoje (ontem), ele deixou falar mais alto a opinião pública, e não a legalidade".

Decisão nacional

Presidente do PT-RJ, Washington Quaquá dissera à Coluna que era contra a prisão preventiva do trio. Mas, dos quatros deputados do partido, três votaram pela manutenção do encarceramento inclusive sua mulher, Zeidan. Foi a presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, que determinou a mudança de rumo antes da votação. "Ela me disse que foi uma decisão da executiva nacional. Como o assunto tem repercussão nacional, é justo que se posicionem", afirmou Quaquá.

Dedo de Lindbergh

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) pressionou Gleisi Hoffmann para que orientasse a bancada estadual a votar pela manutenção da prisão.

Ovelha negra

André Ceciliano foi o único deputado petista a divergir da bancada. Ele já estava suspenso do partido por divergir do PT em votação ocorrida em maio. Com isso, mantém o mandato, mas não participa de reuniões da bancada.

'Ué! Tenho que votar?'

Doente, Wagner Montes (PRB) estava licenciado, mas voltou à Alerj para presidir a aguardada sessão. Ao chegar, foi surpreendido ao descobrir que, mesmo presidindo, teria que votar. Como os demais deputados de sua bancada, acabou indo pela manutenção da prisão exceto Tia Ju (PRB), que não foi à Alerj.

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