Por luana.benedito

Rio - O tabelião Casemiro Silva Netto, 73 anos, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, pelo Tribunal de Justiça do estado. Os policiais simularam que aceitariam a propina oferecida por Netto, um dos investigados na Operação Lázaro, para dar o flagrante. A ação foi filmada pelos agentes.

Segundo os policiais, o tabelião ofereceu a quantia de R$ 40 mil divididos em duas parcelas, de R$ 15 mil e uma de R$ 10 mil, para que "sumissem" as provas contra ele existentes no inquérito e para que os agentes parassem de investigá-lo.

Netto havia marcado um encontro com o delegado Adriano Marcelo Firmo França, titular da 58ª DP, em uma cafeteria em Nova Iguaçu, no último dia 6, e lá combinou de entregar a primeira parcela do pagamento, ontem, em um escritório de advocacia, no Centro. No local, assim que deu o dinheiro a uma policial, o tabelião recebeu voz de prisão. Ele foi levado para a 5ª DP (Mem de Sá), onde foi preso por corrupção ativa. O dinheiro foi apreendido.

A Operação Lázaro investiga uma quadrilha que 'ressuscitava' donos de imóveis já falecidos, para vender as propriedades a terceiros. Em uma das fraudes, a organização criminosa (Orcrim) negociou um terreno na Rodovia Presidente Dutra, Nova Iguaçu, avaliado em R$ 7 milhões. Entre os cartórios suspeitos de integrarem o esquema estão o 10º Ofício de Notas e o 2º Ofício de Registros de Imóveis, ambos de Nova Iguaçu. No entanto, os policiais acreditam que outros cartórios façam parte da Orcrim.

O juiz Marco Couto concluiu que não houve vício na lavratura do auto de prisão em flagrante e negou o pedido de relaxamento. “Veja-se que a alegação de flagrante preparado impõe um exame profundo do conjunto probatório, o que não pode ter lugar em audiência de custódia”, assinalou.

Ainda segundo o magistrado, a prisão cautelar é necessária para garantia da ordem pública, por conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal.
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