Policial foi morto por bandidos que tentaram assaltar pizzaria em Marechal Hermes - REPRODUÇÃO
Policial foi morto por bandidos que tentaram assaltar pizzaria em Marechal HermesREPRODUÇÃO
Por RAFAEL NASCIMENTO

Rio - Os corpos dos policiais militares Leonardo Silveira Silva, de 33 anos, e de Alexsandro Ribeiro de Lima, 29, foram enterrados na tarde desta terça-feira no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Os PMs foram assassinados entre a tarde de domingo e a madrugada desta segunda-feira.

Morador de Piabetá, em Magé, na Baixada Fluminense, Alexsandro era apaixonado pela família e adorava reunir parentes e amigos quando estava de folga. Faltavam poucas horas para Lima largar o serviço, quando a patrulha em que ele estava foi atacada na madrugada desta segunda. Ele estava na corporação desde 2011 e deixa dois filhos, de 9 e 5 anos. 

No próximo domingo, o militar comemoraria o aniversário do filho mais velho.“Ele era muito família. Ele gostava de levar os filhos para patinar. Foi tudo muito rápido. Ele era muito querido", disse Luiz Volochtchuk, 26 anos, sobrinho de Alexsandro.

“Está muito difícil de viver. Saímos e não sabemos se iremos voltar. A criminalidade só aumente e ninguém faz nada. Dois policiais que são mortos em menos de 24 horas e ninguém fala nada. Será assim até quando”, completou o sobrinho.

Filho do meio de seis, o cabo sempre foi apaixonado pela PM. “Ele estava num batalhão perigoso, mas ele nunca reclamou do trabalho”, contou Maria José Benevindes, 61, amiga da família.

Revoltados, parentes e amigos criticam a falta de segurança no estado. “Infelizmente, morte de policial já se tornou comum no Rio. Aliás, já se tornou comum a morte de qualquer pessoa. Você pode ser vítima dessa falta de segurança a qualquer momento”, lamentou Elizabeth Benevindes, 53, amiga de Alexsandro. 

Já a esposa de Alexsandro estava aos prantos. “Quem vai criar os meus filhos, meu Deus! Pra quem eu vou ligar pra saber se chegou bem? Pra quem eu vou pedir para comprar as coisas das crianças? Pra quem?”, indagava a mulher. "Ele foi meu guerreiro, grande pai, grande marido. Leva contigo essas flores”, continuou.

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Luís Cláudio Laviano acompanhou o sepultamento. O comandante do terceiro Comando de Policiamento de Área (CPA) — responsável pelo patrulhamento de toda a Baixada Fluminense, o tenente-coronel Estefan Contreiras também estava presente.

Na PM desde 2012, Leonardo completava a renda com uma pizzaria própria em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio. Na noite de domingo, não foi diferente. Chegou ao local, abriu, e por volta das 21h foi atacado por criminosos. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento do crime.

“Não é o meu filho que está aí. Não é. Não aceito. Vi vários policias mortos e não é ele que está aqui. Me digam que não é”, dizia aos prantos a mãe do policial, amparada por parentes. A esposa de Silveira foi amparada por colegas de farda da marido. “Eu te amo”, dizia a mulher durante todo o tempo.

Segundo o tenente-coronel Carlos Henrique Martins Gonçalves, comandante do Batalhão de Botafogo, Silveira “sempre foi um policial exemplar e que se dispunham sempre a ajudar os colegas”.  

 

 

 

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