RIO - A Prefeitura do Rio vai intensificar o combate às vans piratas. O titular da Coordenadoria Especial de Transporte Complementar (CETC), delegado Marcelo Ambrósio, planeja usar recursos tecnológicos para enfrentar a máfia, mas não vai abrir mão da participação popular e do apoio das Forças de Segurança.
"Para auxiliar neste trabalho, iremos utilizar as câmeras do COR (Centro de Operações da Prefeitura) em apoio às nossas operações. Também estamos reunindo informações com o objetivo de elaborar uma cartilha digital e assim ajudar os passageiros a identificarem um veículo regular, também estamos realizando operações integradas com as Polícias Militar e Civil", explicou.
De acordo com Ambrósio, o setor de Inteligência da CETC (que é vinculado à Secretaria Municipal de Ordem Pública - Seop), levantou que os bairros de Campo Grande, Santa Cruz, Catete, Santo Cristo, Madureira e Bangu estão entre os mais "sensíveis em relação ao transporte complementar". Sobre o fato de o transporte ilegal ser comandado por milicianos, o delegado não se intimida. "Temos policiais em nossa estrutura, o que nos permite fiscalizar e inibir a interferência da milícia". Ambrósio, que assumiu o cargo em junho, garantiu que a CETC já vem realizando ações diárias em todo o município, sempre planejadas com as informações do setor de inteligência. "Fora isso, temos realizado ações integradas com as polícias Militar e Civil para combater o transporte irregular e reprimir as vans piratas. Assim, contribuímos para a Segurança Pública enfraquecendo a milícia e o tráfico de drogas".
O coordenador destacou que as vans piratas estão sempre em mau estado de conservação, causando muitas das vezes acidentes com vítimas, inclusive fatais. "Em casos de acidentes, tais veículos também não possuem cobertura da apólice de seguro de responsabilidade civil", explicou Ambrósio.
Estratégia é combinada com sociedade
Os planos de intensificação de combate às vans piratas tem sido debatido com a sociedade, segundo o titular da Coordenadoria Especial de Transporte Complementar (CETC), delegado Marcelo Ambrósio. Nos últimos 20 dias, ele participou de diversas reuniões com representantes da sociedade civil e órgãos públicos. Nos encontros, segundo Ambrósio, são discutidas as melhores soluções para aprimorar a fiscalização do transporte complementar, bem como a estratégia das ações integradas com os órgãos de segurança.
Uma dessas reuniões resultou na ação realizada, na quarta-feira passada, na Zona Oeste, quando agentes flagraram motoristas circulando com veículos em mau estado de conservação, com problemas no licenciamento anual e selo de vistoria do órgão regulador vencidos. A operação foi feita com apoio do 2º Comando do Policiamento de Área (CPA) da Polícia Militar, pelas ruas de Campo Grande e Santa Cruz.
No entendimento do delegado Marcelo Ambrósio, o transporte ilegal, além de expor o passageiro a risco, causa prejuízo ao município. "Existe a questão material, de arrecadação de tributos, da concorrência desleal com os permissionários que cumprem as exigências e obrigações. Não podemos esquecer que a segurança de quem utiliza o transporte é a questão primordial, pois os prejuízos não se comparam à vida e a integridade física de um passageiro", afirmou.
