Velório da moradora do Complexo da Maré, Maria José da Silva Videira - Luciano Belford / Agência O Dia
Velório da moradora do Complexo da Maré, Maria José da Silva VideiraLuciano Belford / Agência O Dia
Por O Dia

Rio - Sob forte emoção, a moradora Maria José da Silva Videira foi sepultada, na tarde desta quinta-feira, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte do Rio. Ela foi morta durante uma operação da Polícia Militar no Complexo da Maré na terça-feira. 

Zezé, como era chamada carinhosamente por amigos e familiares, tinha saído de casa para comprar um lanche por volta de meia noite quando foi atingida por uma bala perdida. 

A mulher era a filha mais nova de seis irmãos. Vinda do Parque Fluminense, divisa de Belford Roxo com Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Maria José morava há 10 anos na Nova Holanda com o marido, conhecido como Ricardo.

Velório da moradora do Complexo da Maré, Maria José da Silva Videira - Luciano Belford / Agência O Dia

“Ela não saía de lá porque o marido era tatuador e tinha a vida deles. Ela amava os sobrinhos por não ter tido filhos. Ela foi lá em Macaé, em abril e ficou três dias e foi muito divertido”, lembra a sobrinha Viviane Videira de Lima, 33. “Minha tia Zezé se foi. Vai fazer falta”, completou.

Mortos e feridos em ação da PM na Maré

A operação da Polícia Militar no Complexo da Maré resultou na morte de quatro pessoas e deixou 11 feridas. Inicialmente, foi informado pela corporação que cinco pessoas haviam morrido. No entanto, a informação foi corrigida nesta quinta-feira.

De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DH), foi instaurado inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Willian Figueira de Oliveira, Maria José da Silva Videira, Marcos Paulo Fernandes Mota e um homem ainda não identificado.

Agentes da especializada estiveram na comunidade para realizar perícia, ouvir testemunhas e buscar imagens de câmeras de segurança que possam auxiliar no esclarecimento dos fatos. A investigação está em andamento.

Confira a nota da PM na íntegra. 

O Comando da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro reafirma que a operação policial desencadeada no início da madrugada da última terça-feira (06.11.18), em duas comunidades do Complexo da Maré por unidades do Comando de Operações Especiais (COE), com apoio de forças convencionais, teve por objetivo intervir numa ampla reunião de criminosos, seguindo informações obtidas por setores de Inteligência da Corporação.

A violenta reação de criminosos, fortemente armados, e o próprio saldo da operação, que apreendeu quase uma tonelada de drogas, são indicativos concretos de que os policiais não estavam diante de uma situação de rotina. Mesmo em se tratando de uma ação emergencial, visando a garantia da ordem e a segurança de moradores, não houve qualquer descumprimento de decisões do Poder Judiciário e da própria Secretaria de Estado de Segurança, que estabelecem normas para operações policiais no Complexo da Maré.

Pelo contrário, as unidades de saúde da região foram notificadas e todos os procedimentos complementares previstos foram adotados. Além disso, a ação policial no terreno seguiu rigorosamente o protocolo operacional, que proíbe, por exemplo, o cumprimento de mandados de busca e apreensão em residências durante a madrugada.

Vale ressaltar que a Corregedoria da Polícia Militar estará, como sempre, à disposição da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) para acompanhar e apoiar as investigações sobre as quatro mortes registradas durante o confronto, como também as circunstâncias em que outras seis pessoas foram feridas por projétil de arma de fogo (PAF).

 

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