Vídeo mostra policial, com a arma, e vítima caída, após ser baleada - Reprodução
Vídeo mostra policial, com a arma, e vítima caída, após ser baleadaReprodução
Por O Dia

Rio - O juiz Rafael Cavalcanti Cruz decretou, neste domingo, a prisão preventiva do policial civil Renato Fernandes Gomes, pela morte do professor Anderson Ramos Cunha, 45 anos, durante uma briga na Taquara, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. Na decisão, o magistrado apontou que a prisão é "necessária e proporcional" por "delito gravíssimo". A defesa do agente alegou que Renato agiu em legítima defesa e, no momento da prisão, não teve direito a um advogado. O juiz escreveu, no entanto, que a soltura do policial civil seria "ofensa à ordem pública".

Vídeo mostra policial atirando após ser atropelado

Um vídeo obtido pelo DIA mostra que o professor de surfe Anderson Ramos Cunha, 45 anos, atropelou o policial civil Renato Fernandes Gomes antes de ser baleado, na madrugada deste sábado, na Taquara, em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. No vídeo das câmeras de circuito externo de um condomínio, de cerca de 2 minutos, Renato caminha por uma calçada com dificuldade e falando sozinho, com a arma na mão, às 1h51. Momentos depois, Anderson aparece dirigindo sua moto, sobe a calçada e atropela o policial. Os dois caem no chão e Renato dispara algumas vezes — um único disparo atingiu o professor no abdômen.

Em seguida, o agente ainda chuta a cabeça da vítima, que está de capacete e remove a proteção, desferindo duas coronhadas nela. Renato, então, tenta subir pelo portão do edifício. Ele foi preso por agentes da Delegacia de Homicídios (DH), que fez uma perícia no local, e a corregedoria da Polícia Civil acompanha as investigações do crime. Os policiais apreenderam uma pistola e um revólver com o agente.

O desentendimento que acabou com a morte de Anderson Ramos Cunha está sendo investigado pela DH. Os investigadores também irão analisar as imagens captadas pelas câmeras de vigilância do posto de gasolina para verificar como tudo começou. O vídeo do momento da morte de Anderson em frente ao condomínio também faz parte da investigação. O corpo do professor foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IM) e ainda não há informações sobre a data e local de enterro da vítima.

Proibido de usar arma

Colegas de trabalho do agente dizem que ele passava por tratamento psicológico na Polícia Civil e estava proibido de usar arma de fogo há pelo menos dois anos. "Ele tinha um comportamento estranho. Às vezes, sumia no meio do plantão. Trocava de delegacia com frequência", contou um policial civil, que pediu para não ser identificado.

Antes do crime, o agente estava trabalhando na 21ª DP (Bonsucesso). Procurada, a Polícia Civil não se manifestou até a publicação desta matéria. O espaço está aberto para manifestação.

Vizinhos do policial revelam que ele tinha um temperamento difícil. Alguns deles admitem que o agente já teria dado tiros para o alto sem motivo aparente. "No dia do crime, ele estava bebendo desde cedo", contou uma moradora.

 

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