Henrique levou um tiro na axila e morreu antes de chegar ao hospital, segundo amigos - Arquivo Pessoal
Henrique levou um tiro na axila e morreu antes de chegar ao hospital, segundo amigosArquivo Pessoal
Por Raimundo Aquino e Caio Cardoso*

Rio - Um jovem de 18 anos foi assassinado a tiros na área da piscina do Bangu Atlético Clube, no fim da noite desta sexta-feira. Henrique Almeida Cata Preta fazia a segurança de um evento de música no espaço de lazer do clube da Zona Oeste do Rio. Ele teria se desentendido com o gerente do local, que tentou entrar armado na festa, mas foi impedido por ele. De acordo com a Delegacia de Homicídios da Capital (DH), Maycon Ferreira Claudio foi preso em flagrante pelo crime.

"O gerente deu um passo para trás e atirou nele. Depois, saiu correndo, mas conseguiram pegá-lo na esquina da rua", conta o motorista Cassio Leonardo, de 34 anos, amigo de infância da vítima. "Ele deu dois tiros, um acertou a axila do Henrique e o outro não o acertou", acrescenta, dizendo que o autor dos disparos usou um revólver calibre 38 e foi levado para a delegacia do bairro (34ª DP).

Segundo o motorista, Henrique foi socorrido por outras pessoas que estavam na festa e levado ao Hospital Municipal Albert Schweitzer, no bairro vizinho de Realengo. Ele já teria chegado sem vida à unidade.

Tiro era pra ser no rosto

De acordo com a comadre de Henrique, Larissa Brueghel, de 23 anos, o melhor amigo dele, Vinicius Tavares de 18 anos, estava na festa e disse que o assassino viu que não havia nenhum segurança na portaria e deu um esporro em Henrique.

"O Maycon chegou dando o maior esporro no Henrique, como se fosse o culpado, mas ele (vítima) alegou dizendo que havia sido contratado para fazer a segurança da parte interna da festa, mas se dispôs a ficar na entrada. Eles discutiram e um outro segurança chegou a dar um tapa na mão do Maycon, ou seja, o tiro era pra acertar o rosto do Henrique, mas acabou atingindo a região da axila".

O jovem era faixa preta de kickboxing - Arquivo Pessoal

Compadres

Henrique morava em Senador Camará, bairro vizinho ao local do crime. Ele e Cassio eram vizinhos e se conheciam desde a infância. O jovem era padrinho do filho do motorista e, desde 2010, os dois trenavam kickboxing juntos. "Ele era faixa preta. Um garoto que tinha um futuro grandioso pela frente", o amigo lamenta.

A última vez que ele esteve com o jovem foi na quinta-feira. "Minha esposa esteve com ele ontem. Ele estava bem, muito feliz, sempre brincava com ela, comigo", Cassio relembra.

Saudoso pela morte do amigo, o motorista fez uma homenagem a ele em seu perfil no Facebook. "Sempre te amei como meu irmão, como meu amigo, como padrinho do meu filho (...) Vou carregar seu sorriso para sempre no meu coração e eu tenho certeza que você vai estar em um lugar melhor que aqui. Coração tá tão apertado que não tenho mais palavras", escreveu.

*Estagiário sob supervisão de Maria Inez Magalhães

Henrique era padrinho do filho de Cassio - Arquivo Pessoal

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