Na Rua José Veríssimo árvores interditaram calçadas e interromperam o fornecimento de água - Fernanda Dias/Agencia O Dia
Na Rua José Veríssimo árvores interditaram calçadas e interromperam o fornecimento de águaFernanda Dias/Agencia O Dia
Por Aline Cavalcante

Rio - Na última semana o Rio reafirmou que alagamentos são problemas crônicos na cidade. Moradores de um dos bairros cariocas mais valorizados da Zona Norte, o Méier, vivem na pele esta situação. A falta de poda e de cuidado com as árvores na região também são constantes. 

"Sempre que chove mais forte a rua fica alagada e não tem como sair de casa. O canal transborda e ninguém consegue nem ver a rua", relata Antônio Sodré, 79, que mora na Rua Curupaiti.

A esposa de Antônio, Isabel Moreira, 72, reforça a reclamação do marido e relembra uma enchente que enfrentou no ano passado. "A água vinha quase no joelho, foi horrível. Era muita água".

Nas Ruas Magalhães Couto, Luiz João Cordioli e Intendente Cunha Menezes, a situação é a mesma. Chuva por longos períodos ou mais forte, para os moradores, é sinônimo de alagamento. "É um problema antigo", afirmou Márcio Frederico, 40. Dono de um trailer na Rua Magalhães Bastos, ele conta ainda que outra situação preocupante é a falta de sinalização, na altura da Luiz João Cordioli. "Já vi muitos acidentes aqui, é perigoso. Os pedestres têm muita dificuldade de atravessar também. É preciso colocar um sinal de trânsito para resolver a questão".

A falta de cuidados e poda resultou em diversas árvores caídas no bairro na última semana, quando uma forte chuva atingiu a cidade. Nas ruas do Méier ainda se pode ver os estragos causados. Calçadas interditadas, tubulações rompidas e falta de luz. Uma das mais atingidas foi a José Veríssimo. Uma das árvores que caiu rompeu uma tubulação da Cedae e deixou os moradores sem água. "Acho que poderia ter sido evitado. Já pedimos a poda diversas vezes e não fomos atendidos. Ainda bem que o prejuízo não foi maior, podia ter morrido alguém", diz Maria José, 72.

"Faltam cuidados com árvores desta rua. O pior é que o morador não pode fazer nada e fica dependendo da Prefeitura", lamenta José Mauro, 41.

Na Rua Medina, a queda de uma árvore derrubou um poste e deixou os moradores sem luz por dois dias. "É difícil conseguir ter um chamado nosso atendido. Muitas árvores são antigas e precisam de cuidados", relatou Valter dos Santos, 81.

Informados sobre os problemas relatados pelos moradores do Méier, os responsáveis prometeram vistoriar a região. A CET-Rio disse que enviará equipe ao local para avaliar a necessidade de reforço na sinalização viária. A Cedae afirmou que em até 24 horas técnicos irão à José Veríssimo. Já a Comlurb, informou que só realiza poda ou remoção de árvore com base em laudo técnico emitido por um engenheiro florestal ou agrônomo atestando a necessidade ou não. E justificou que o caso das ruas citadas foram fatores extraordinários com vento de 116 km/h, classificada como tempestade violenta, quase furacão. Disse ainda que o solo extremamente encharcado contribuíram para a queda de árvores, mas que fará avaliação nos locais.

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