Reunião do prefeito eleito Eduardo Paes com seu secretariado - Estefan Radovicz / Agencia O Dia
Reunião do prefeito eleito Eduardo Paes com seu secretariadoEstefan Radovicz / Agencia O Dia
Por Thuany Dossares
Rio - A principal pauta da primeira reunião do prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, com seu futuro secretariado, na manhã deste domingo, foi sobre as dificuldades financeiras que poderão enfrentar na gestão municipal e a importância da integridade no governo. Segundo Paes, as medidas de combate à covid-19 serão apresentadas numa próxima reunião, que irá acontecer antes dele assumir o cargo, no dia 1º de janeiro.

"A nossa próxima reunião de secretariado vai acontecer ainda, antes do Réveillon, para o secretário de saúde, Daniel Soranz, apresentar o nosso plano de combate à covid, essa vai ser a nossa responsabilidade transversal de toda prefeitura e a gente vai entrar com mais detalhes nisso. Vamos anunciar medidas concretas no combate à COVID-19 e trabalhar no plano nacional de imunização, o secretário já está trabalhando para isso", declarou Eduardo Paes ao ser questionado se pretende comprar vacinas para a população carioca.

O prefeito eleito pediu, desde já, que os cariocas fiquem em caso para evitar a propagação do vírus.

"O que eu quero aqui é já fazer o papel de liderança política, de gestor da cidade. Essa questão da covid não está simples, tem as dificuldades de leitos que a gente enfrenta agora, mas tem uma questão que é cultural. A gente precisa que as pessoas entendam que todo dia nós estamos perdendo muitas vidas, que tem muita gente sendo internada e que depende muito da atitude de cada um de nós, independente da restrições criadas por governo, principalmente, quando a gente fala das pessoas mais frágeis em relação à covid. Então, meu apelo aqui, desde já, como prefeito eleito do Rio, é que pessoas mais velhas não saiam de casa, se preservem, que evitem o contato, isso é fundamental. Mas todos tem que estar atentos, até os que são mais jovens, que já pegaram a doença, tem que usar máscaras de proteção manter o zelo com o distanciamento social. Não adianta a gente achar que um governo vai entrar no dia 1º de janeiro e vai fazer um milagre ou impor uma série de restrições, que se a população não colaborar, não valem de nada", afirmou.

Integridade e finanças foram a primeira pauta

O prefeito eleito se reuniu com o alto escalão de sua administração, num hotel em Copacabana, na Zona Sul do Rio, e Pedro Paulo, secretário de Fazenda e Planejamento, e Marcelo Calero, secretário de Governo e Integridade Pública, foram os responsáveis pelas apresentações dos primeiros projetos.

"O secretário Calero tocou na importância da questão da integridade no nosso governo, os controles que nós vamos criar para evitar que problemas de desvios de conduta possam acontecer. O secretário Pedro Paulo fez uma apresentação da situação difícil das finanças. A gente sabe disso e nós vamos enfrentar esse problema, sabendo que não é simples, mas que a população nos escolheu justamente por isso, porque entendia que aqui tinha as pessoas mais preparadas para enfrentar esse desafio", disse Paes, após a reunião, que foi fechada para a imprensa.

Segundo o responsável pela pasta de Governo e Integridade Pública, Marcelo Calero, a gestão de Paes estará adotando medidas para garantir a transparência em todas as negociações com empresas e fornecedores.

"A prefeitura vai adotar uma série de mecanismos desde o agendamento de reuniões com fornecedores, quando alguém quiser ter uma reunião com alguma autoridade, vai ter que justificar, ter que provar a relevância e pertinência da reunião, até o novo sistema de compras públicas, vai ter um novo portal de transparência, um novo código de ética, ou seja, uma série de medidas muito concretas que vão fazer com que a prefeitura se torne referência em integridade pública", declarou.

Uma outra medida, essa tomada previamente, para garantir que a administração seja realizada com integridade, será o questionários com quase 40 questões que secretários e subsecretários terão que responder.

"Esse relatório é para todo primeiro escalão. A ideia é que a gente possa fazer um diagnóstico para além dos documentos formais, queremos entender as relações que os secretários tem. Não é uma postura 'policialestica', mas é para nós termos de fato uma análise das relações que os dirigentes municipais tem, seja para identificar possíveis conflitos de interesse ou algum ponto na sua vida pretérita que precise de atenção. Queremos algo muito transparente e que são relevantes para nós assegurarmos, desde o momento inicial, a integridade pública", explicou Calero.

O secretário garante que essas medidas estão sendo tomadas, sobretudo, para proteger o gestor público. "O que nós queremos evitar é que haja a possibilidade de se criar narrativas falsas a respeito de comportamentos que são idôneos, normais, regulares. Muitas vezes nós vemos essas narrativas falsas sendo criadas e isso é problemático. A integridade também é uma forma de proteger o gestor público, nós não queremos criminalizar a gestão, a política e os agentes públicos, o trabalho precisa ser feito", finalizou.