Banda Gente - DIVULGAÇÃO
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Por Aline Cavalcante

A nova temporada de 'Malhação' terá cenas gravadas em Duque de Caxias. Na trama, o ator Gabriel Santana viverá Cléber, um rapaz esperto e descolado que precisou começar a trabalhar cedo para ganhar a vida. O jovem compõe as rodas de rap, soltando o gogó nas poesias. Um típico caso de quando a arte imita a vida. A Baixada Fluminense é um celeiro de talentos que se destacam, principalmente na música. Foi assim que nasceu o coletivo Baixada Nunca se Rende que reúne em média 100 músicos da região.

O projeto começou em junho de 2016. O objetivo é fortalecer e promover estes artistas,  além de mudar a imagem da Baixada, de um lugar violento para um polo disseminador de cultura e sustentabilidade.

"Temos talentos diversos aqui. A arte e a música têm papel social fundamental, principalmente em se tratando de periferia. A Baixada é muito estigmatizada e a música e a arte são capazes de derrotar esta imagem. O coletivo é uma tentativa de dar visibilidade a estes artistas que muitas vezes não encontram lugar no mercado", diz um dos cabeças do coletivo, o rapper e MC Roberto de Oliveira Silva, o Eddi MC, de 46 anos.

O coletivo é aberto, portanto número de participantes varia bastante. Dentre as conquistas alcançadas pelos músicos estão um documentário, lançado no ano passado e que foi exibido em vários países, e a gravação de cds.

"Muitas portas já se abriram para mim através do Baixada Nunca se Rende. Programas de rádio, faixas gravadas em estúdio, ferramentas importantes para divulgar meu trabalho. Conquistas que sozinho eu não conseguiria ou levaria muito tempo para conseguir", acredita Marcos Gayoso, que é artista de rua.

"Baixada Fluminense não é só essa questão da violência é também um celeiro cultural. Aqui tem muitos atores, muitos músicos e muitos agitadores culturais", garante o músico Renato Aranha, também um dos coordenadores do coletivo. 

PRATAS DA CASA

Renato Biguli e Gui Rodrigues, do Monobloco, Seu Jorge- que é de Belford Roxo, Da Gama e Ras Bernardo, ex-integrantes do Cidade Negra. O que estes nomes tem em comum? Todos estes artistas, conhecidos do público, são da Baixada Fluminense e participam ou manifestaram apoio ao coletivo Baixada não se Rende. 

"Sei como é difícil trilhar o caminho na música e sei também que é mais difícil para quem vem da Baixada. O coletivo é muito importante para o sucesso de gente muito boa que está na luta", contou Renato Biguli, um dos vocalistas do Monobloco.

"São apoios de peso e são inspiração para quem está na batalha por uma carreira artística. Ver que eles saíram daqui e chegaram tão longe nos motiva", conta Yolly Amancio, da banda Gente.

 PLANOS PARA O FUTURO

Um dos projetos que o coletivo sonha em fazer é um festival de música na Baixada Fluminense. "É uma oportunidade de reunir todos os músicos em um único lugar e a chance dos artistas mostrarem seu trabalho. Talvez aconteça nos próximos meses, tudo depende de conseguirmos um local e organizar as coisas", revela Eddi Mc.

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