Por gabriela.mattos

Rio - Luz, câmera, ação! Por trás das câmeras, uma história de ousadia que passou a gerar empregos, renda e uma nova identidade para Barra do Piraí nos últimos seis anos.Foi quando surgiu a ‘Film Commission’, escritório criado pelo governo municipal para captar e dar suporte a produções, atraídas a gravar na cidade por um projeto que envolve benefícios fiscais e fornecimento de mão de obra especializada. A iniciativa, que já atraiu 17 filmagens, deve levar as imagens da cidade para o mundo com a chegada de duas produções internacionais.

Em setembro deste ano, começam as gravações de ‘Hope Killers’, produção sobre vampiros orçada em R$ 1,3 milhão, que será levada a festivais nos Estados Unidos e Europa. Dois meses antes, o longa britânico ‘Goitacá’ deve rodar na cidade, trazendo atores de renome nacional, como Lady Francisco e Leandro Firmino, o Zé Pequeno, de Cidade de Deus. Depois de gravado em Barra do Piraí, o longa será finalizado no ‘Ealing Studios’, envolvido na produção de ‘Notting Hill’, longa britânico que levou Julia Roberts e Hugh Grant às telonas.

Malha ferroviária que divide o município ajuda a contar história do filme ‘Quase Memória’%2C que narra a história de um maquinistaDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Nos últimos sete dias, Rodrigo Rodrigues, produtor do filme, visitou áreas de mata fechada com cachoeiras em Ipiabas, distrito de Barra do Piraí, para verificar a possibilidade de gravação. E gostou do que viu. “É um local que tem uma atmosfera cinematográfica. E a mão de obra local é diferenciada”, elogia o produtor.

Ele chegou à Barra do Piraí para acompanhar o festival internacional estudantil de cinema e se refere aos alunos de oficinas de cinema, que produzem os filmes exibidos no evento. Coincidência ou não, o festival ocorreu nos mesmos dias da quinta etapa regional do Mapa Estratégico do Comércio, evento idealizado pelo Sistema Fecomércio RJ, que reuniu empresários para discutir novas formas de crescimento econômico para a cidade.

Pelo menos metade dos gastos orçados nos longas serão na cidade. Além de despesas com hospedagem e locações, também há a chance de alavancar vendas no comércio local. “O polo audiovisual projeta a cidade e gera gastos. A produção compra objetos usados em cena no comércio. Maquiagem, cenário... Tudo isso é comprado no comércio”, explica o empresário Orlando Pimentel, presidente do Sindicato do Comércio Varejista (Sicomércio) de Barra do Piraí.

Em tempos de crise, a expectativa é que o crescimento econômico alavancado pelo cinema não seja apenas uma obra de ficção na cidade.

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